APUB SINDICATO DOS PROFESSORES DAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR DA BAHIA

De mãos dadas com a democracia, pela universidade e por direitos

Docentes e estudantes em greve promovem aula pública sobre ditadura e resistência

O Comando de Greve de docentes e de estudantes da UFBA realizaram, na tarde de ontem (21), a aula pública “Ditadura, repressão e resistência: passado e presente”. A atividade de greve aconteceu no Forte do Barbalho, um dos locais de memória da repressão política na Bahia, e contou com a participação de Jorge Almeida, professor da UFBA e ex-preso político da Ditadura Militar, e Diva Santana, membro do Tortura Nunca Mais e familiar de uma militante desaparecida na Guerrilha do Araguaia.


Após a abertura feita por docentes da UFBA e UFRB para falar sobre a greve nas universidades, teve início as apresentações sobre o tema. Jorge Almeida, que na época era estudante da Faculdade de Medicina da UFBA, relatou sua experiência no movimento de resistência e da repressão sofrida, a qual levou-o à prisão na década de 70. O professor também abordou a situação política atual, que traz os resquícios do regime militar-burguês no sistema político, econômico e, principalmente, no modelo de segurança pública do Brasil. Ele disse ainda que “tanto a ditadura quanto a democracia liberal encaram os direitos sociais e a luta dos oprimidos da mesma forma, com mais ou menos repressão, dependendo da correlação de forças”.

Já Diva Santana, que teve sua irmã desaparecida pelos militares na guerrilha do Araguaia, relatou o trabalho do Tortura Nunca Mais e da Comissão Nacional da Verdade, que vem resgatando arquivos do período, levando agentes da repressão à julgamento e buscando pistas sobre os desaparecidos políticos. Ela afirmou que é preciso escrever a história do regime na perspectiva de registrar a resistência em memória dos lutadores e lutadores, assim como as atrocidades que foram cometidas, para que estas não se repitam. “Lembrar para que nunca mais aconteça”, enfatizou.

Após o debate, a atividade foi encerrada com um passeio pelo Forte, para conhecer as celas e outros equipamentos utilizados na prisão e tortura das e dos militantes durante a ditadura militar.

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