APUB SINDICATO DOS PROFESSORES DAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR DA BAHIA

De mãos dadas com a democracia, pela universidade e por direitos

A universidade pública tem que ser antirracista!

Mais que políticas afirmativas, é preciso incorporar, às dinâmicas nas universidades públicas brasileiras, a ideia de que todos devemos ser antirracistas. Esse movimento deve começar pelos docentes, que têm em mãos os instrumentos necessários para gerar uma corrente de sensibilização que ecoe por todo o espaço acadêmico.

Não há dúvidas das conquistas imensas obtidas com a Lei 12.711, de 2012, que implementou cotas raciais e sociais para o ingresso em instituições de ensino superior federais. O resultado pôde ser percebido na pesquisa Desigualdades Sociais por Cor e Raça no Brasil, de 2019, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento mostrou que, pela primeira vez na história do país, o número de estudantes negros superou os 50% (para ser mais exato, 50,3%) nas nossas universidades públicas.

Apesar da maior dificuldade de manter estudantes negros em uma instituição de ensino superior pública, devido às desigualdades sociais que são acentuadas por questões raciais, há ainda uma dívida relacionada à produção de conhecimento.

Na prática, temos que incorporar o caráter antirracista nas rotinas da academia. É necessário e urgente abrir espaço, por exemplo, para os estudos pós-coloniais e também aos estudos da decolonialidade, já que ainda existe um tipo de eurocentrismo dentro da academia.

Educação antirracista é necessária

Para que isso seja realidade, é preciso compreender o impacto da formação pautada na conexão de saberes de diferentes povos que formam a nossa sociedade. Dessa forma, é preciso refletir sobre práticas pedagógicas e ainda rever posturas.

Medidas como a implementação da Lei Federal 10.639/ 2003, que torna obrigatório o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira na educação básica, além da Lei Federal 11.645/ 2008, que engloba também a história e cultura indígenas, são vitórias na educação brasileira. As universidades públicas vão seguindo nesse ritmo. Mas é possível avançar.

Mais do que nunca, é hora da união de todos para enfrentar o racismo estrutural, que ainda é, infelizmente, uma realidade na maioria das universidades públicas.

Para que tenhamos instituições de fato democráticas e de qualidade, é preciso implantar um posicionamento pautado no antirracismo, e não apenas na crítica ao racismo. É o momento de revermos a nossa própria história!

Fonte: APUB

Facebook
Twitter
Email
WhatsApp