APUB SINDICATO DOS PROFESSORES DAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR DA BAHIA

De mãos dadas com a democracia, pela universidade e por direitos

Lugar de mulher é na ciência e onde mais ela quiser!

Não dá mais para aceitar a desigualdade de gênero na área de pesquisa. As mulheres precisam, de fato, ocupar cargos de liderança nos segmentos referentes ao universo STEM (sigla em inglês para “Science, Technology, Engeneering e Mathematics” — traduzindo, “Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática”).

Apesar do crescimento da participação feminina nessas áreas, elas continuam sendo minoria. O quadro alarmante foi revelado em um novo relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), produzido em parceria com a British Council, entidade de Educação e Cultura do governo britânico, divulgado recentemente.

De acordo com esse estudo, voltado à atuação das mulheres nos nichos de STEM na América Latina e no Caribe, 46% dos pesquisadores nessas regiões são do sexo feminino. Apesar do aparente equilíbrio, o sexismo no ensino superior persiste.

De acordo com a Unesco, estima-se que apenas uma mulher para cada quatro homens conquista uma vaga de emprego na área STEM. No mundo, a entidade estima que apenas 30% dos cientistas são mulheres.

Como resolver o problema?

Para superar inúmeras disparidades, é preciso vencer barreiras estruturais impostas pelo preconceito de gênero, machismo e sexismo. Criou-se, infelizmente, uma imagem masculina muito forte vinculada às áreas STEM.

Por essa razão, é necessário, desde a educação básica, investir em modelos femininos para mudar os estereótipos e favorecer o interesse das meninas, desde a infância, pelas áreas englobadas na sigla STEM.

Isso inclui, por exemplo, investir em mais informações e medidas de incentivo a esses segmentos, além de preparar melhor as escolas da rede pública para que seja possível gerar o engajamento de crianças e adolescentes.

É inaceitável que, mesmo respondendo por 49% das publicações científicas assinadas entre 2011 e 2015, as mulheres representem apenas 14% dos cientistas da Academia Brasileira de Ciência. Para quem ainda duvida da desigualdade, vale lembrar que, apesar de serem 54,2% dos alunos matriculados em mestrados doutorados e responderem por 58% das bolsas da CAPES, elas não passam de 33% do total de bolsistas de Produtividade em Pesquisa do CNPq.

Disparidades

A Unesco lembra ainda que as disparidades de gênero na ciência contribuem significativamente com a desigualdade econômica na sociedade. Mais do que nunca, faz-se urgente uma mudança de paradigma.

Ainda persiste o preconceito de gênero nas famílias, nas escolas e na grande mídia. As meninas precisam ser encorajadas a seguir as áreas STEM. O lugar de uma mulher é ela onde quiser. Quanto mais barreiras forem quebradas, maior será o acesso delas ao espaço que já deveria ser ocupado por elas.

É preciso derrubar a chamada segregação vertical, descrita no estudo da Unesco, que se refere ao domínio dos homens nos empregos de maior status. Esse efeito impede que as mulheres atinjam níveis de igualdade de hierarquia, qualificação e remuneração.

Mudar essa realidade deve ser uma bandeira de todos nós!

Fonte: APUB

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