APUB SINDICATO DOS PROFESSORES DAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR DA BAHIA

De mãos dadas com a democracia, pela universidade e por direitos

Por que as universidades públicas lideram todos os rankings de qualidade no Brasil e na América Latina?

Por que as universidades públicas lideram todos os rankings de qualidade no Brasil e na América Latina?
Por que as universidades públicas lideram todos os rankings de qualidade no Brasil e na América Latina?

Por mais que os membros do governo de Jair Bolsonaro e seus apoiadores extremistas façam imensos esforços para sucatear a ciência e educação, e ataquem frequentemente a comunidade acadêmica, a qualidade das instituições públicas de ensino superior brasileiras é reconhecida nacional e internacionalmente.

Prova disso é que nossas instituições constantemente se destacam nas listas das melhores universidades latino-americanas. Em 2021 não foi diferente.

No ranking britânico Times Higher Education (THE), entre as dez primeiras na América Latina, seis são brasileiras e públicas.

Esse ranking é considerado um dos principais indicadores da educação superior no mundo. Entre as 177 universidades classificadas, de 13 países latino-americanos, 67 são brasileiras, sendo que 53 são públicas e somente 14 são privadas. Esta é a quarta edição consecutiva em que o Brasil tem a maioria entre as dez primeiras colocadas.

Entre as cem primeiras, quase a metade é brasileira: 46 (40 públicas e só 6 privadas).

Excelência das universidades públicas

O ranking THE se baseou em ensino, pesquisa, citações, perspectivas internacionais e renda gerada com transferência de tecnologia.

Esses critérios ajudam a entender o predomínio das instituições públicas porque, via de regra, as instituições privadas brasileiras não priorizam o ensino de qualidade e praticamente não desenvolvem pesquisa científica.

Já as instituições públicas produzem conhecimento voltado às necessidades da sociedade, desenvolvem novas tecnologias e projetos de pesquisa com repercussão internacional, além de projetos de extensão que conectam diretamente o saber acadêmico com as comunidades onde estão inseridas.

Segundo o estudo “Pesquisa no Brasil – Um relatório para a CAPES”, realizado pela empresa norte-americana Clarivate Analytics com dados de 2011 a 2016, a produção científica brasileira é feita quase exclusivamente dentro das instituições públicas de ensino. Dos 250 mil papers brasileiros (ensaios, artigos ou dissertações publicados em periódicos especializados ou nos anais de congressos) que constam no banco de dados Web of Science, 99% são de docentes e pesquisadores de instituições públicas de ensino superior.

Como demonstra o lobby pelo ensino à distância, as empresas privadas de educação em geral priorizam o lucro, buscando a todo momento formas mais lucrativas e rápidas de comercializar o ensino (e os diplomas) que oferecem. Já o compromisso das instituições públicas é com a excelência no ensino, na pesquisa e na extensão, priorizando também o intercâmbio com a sociedade, e com a diversidade.

Por aliar formação de alta qualidade, prática social e uma visão mais humanizada de mundo, estudantes formados em institutos e universidades públicas estão entre os mais valorizados também pelo mercado de trabalho.

Segundo o Censo da Educação Superior de 2019, existem 2.608 instituições de educação superior no Brasil, sendo que:

  • 2.306 são privadas (88,4%);
  • Apenas 302 (11,6%) são públicas;
  • 76% dos alunos estudam em instituições privadas;
  • Do total, 198 são universidades (quase todas são públicas) e 40 são institutos federais ou CEFETs.

Esses fatores são extremamente relevantes, porque mostram que apesar de representarem uma parcela muito menor em termos de quantidade dentro do universo acadêmico brasileiro, as instituições públicas de ensino superior destacam-se por sua altíssima qualidade. Isso mostra o quanto investir nelas é importante, e gera retorno para a sociedade e para o Brasil.

Há duas universidades baianas no ranking da THE: a Universidade Federal da Bahia (UFBA) ficou em uma belíssima 26ª colocação geral no ranking latino-americano e 16º lugar entre as brasileiras, e a Universidade Estadual da Bahia ficou entre a 151ª e a 177ªcolocação (essa parte é divulgada em bloco no relatório).

Já a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) ficou em primeiro lugar no Índice Geral de Cursos (IGC) do Ministério da Educação (MEC), que é uma espécie de somatório que inclui o desempenho dos alunos no ENADE, critérios socioeconômicos e a configuração do corpo docente.

Outros rankings também comprovam a qualidade do ensino superior público

Outros levantamentos também comprovam que as instituições públicas de ensino superior brasileiras se destacam pela alta qualidade.

No QS Ranking Latin America de 2021, feito pela consultoria Quacquarelli Symonds, das 490 universidades avaliadas, 94 são brasileiras, sendo três entre as dez primeiras – todas públicas (USP, Unicamp e UFRJ). Há ainda outras seis entre as 30 mais bem colocadas. Entre essas 94 brasileiras, apenas 25 são privadas (sendo que a imensa maioria ocupa as últimas posições dessa lista).

Segundo esse mesmo levantamento, seis universidades públicas brasileiras somam 33 cursos diferentes entre os 100 melhores do mundo, levando em consideração a posição acadêmica, a empregabilidade dos graduados, o impacto e a produtividade da pesquisa. Foram analisados 13.883 programas universitários individuais, em 1.440 universidades em 85 locais ao redor do mundo.

No levantamento Center for World University Rankings, também divulgado em 2021 e que avalia instituições do mundo inteiro, as dez melhores brasileiras são públicas.

No Ranking Universitário Folha (RUF), um dos mais conceituados no Brasil, das 100 melhores instituições, 70 são públicas. Entre as 50 mais bem colocadas, apenas 7 são privadas.

Na contramão dos resultados gerados e da importância das universidades públicas para a sociedade, o Governo Federal tem implementado constantes cortes de recursos na educação. No orçamento discricionário para 2021, as universidades federais sofreram um corte de 18,16% em relação ao ano anterior, o que representa uma redução de R$ 1 bilhão.

É importante destacar que, em relação às universidades que ocupam as primeiras posições nos rankings mundiais, o orçamento das universidades brasileiras mais bem colocadas chega a ser 100 vezes menor. Portanto, é um feito e tanto para essas instituições alcançar resultados tão expressivos, mesmo diante do financiamento reduzido e do lobby dos empresários da educação, que estão entre os principais financiadores de campanhas de políticos no Brasil.

Nem o papel cumprido no combate à Covid-19 sensibiliza o governo: três universidades públicas estão produzindo vacinas nacionais e os hospitais universitários disponibilizam cerca de dois mil leitos só para o atendimento de pacientes infectados pelo novo coronavírus.

Fonte:APUB

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