APUB SINDICATO DOS PROFESSORES DAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR DA BAHIA

De mãos dadas com a democracia, pela universidade e por direitos

PPgSAT/UFBA debate consequências da tragédia de Brumadinho em aula de abertura

Com o intuito de celebrar o retorno das aulas no primeiro semestre de 2019, O Programa de pós-graduação em Saúde, Ambiente e Trabalho da UFBA (PPgSAT/UFBA) realizou na última segunda-feira, 18, uma sessão pública que trouxe como tema “Brumadinho: crime ambiental, acidente de trabalho, que desenvolvimento é esse?”. A sessão aconteceu na Faculdade de Medicina da Bahia, localizada no Largo Terreiro de Jesus, e contou com a presença de diversos profissionais da área de saúde, meio-ambiente, além de alunos e professores do Programa.

Na abertura do evento, a professora e coordenadora do PPgSAT, Rita Franco, junto a outros professores concederam boas vindas aos alunos e falaram das suas expectativas para o semestre letivo. Além disso, introduziram o professor Severino Soares Agra (Poli/UFBA) que deu uma breve aula sobre Barragens de Rejeitos e Governança Ambiental, didatizando conceitos técnicos essenciais para compreender o que são e para que servem as barragens no Brasil e como se relacionam com as políticas ambientais do país.

Em seguida, o professor Paulo Gilvane Lopes (Medicina/UFBA) falou sobre Acidente de trabalho ampliado, explicando como o mesmo se caracteriza, suas consequências para as vítimas e conectando os conceitos elucidados com os crimes de Brumadinho e Mariana. Por último, o professor Luiz Roberto Santos (Poli/UFBA) deu uma palestra intitulada “A que lógica estamos submetidos?”. Durante a apresentação, o professor analisou a conjuntura das mineradoras no Brasil enfatizando os interesses capitalistas que as mesmas possuem e problematizando a aplicação dos lucros.

“Em outros países os lucros oriundos da exploração dos minérios são revertidos também para a educação, saúde e outras necessidades sociais, enquanto aqui não estamos vendo isso acontecer”, explicou o professor.

Luiz também expôs as contradições entre o que consta no Relatório de Sustentabilidade da Vale de 2017 e as atitudes que a empresa tomou com relação ao crime de Mariana. Afirmou também que a luta pela justiça social e pela preservação do meio ambiente em meio a estas tragédias são também lutas políticas e que precisam da força e resistência de todos os setores da sociedade, sobretudo, dos movimentos sociais.

O professor ainda alertou que as instituições devem estar atentas as propostas do governo Bolsonaro em relação a mineração, uma vez que já deixaram claro o grande interesse pela expansão da mineração de urânio, fator que pode colocar o país a beira de uma tragédia nuclear. A sessão foi encerrada com um debate entre os presentes, onde puderam tirar dúvidas e expor seus sentimentos e revoltas com relação a postura do governo vigente diante dos recentes crimes envolvendo a Vale.

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