APUB SINDICATO DOS PROFESSORES DAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR DA BAHIA

De mãos dadas com a democracia, pela universidade e por direitos

Docentes conversam sobre ataques ao serviço público e às Universidades na Semana Docente Apub

Na manhã de hoje (10), a Apub esteve no Instituto de Ciências da Saúde da UFBA, onde aconteceu a terceira roda de conversa sobre carreira, salário e aposentadoria, parte da programação da Semana Docente Apub. Professoras e professores conversaram e tiraram dúvidas sobre questões relacionadas às mudanças da previdência e aposentadoria para as/os professoras/es das diferentes gerações. A presidenta da Apub, Raquel Nery apontou que os/as docentes já sentem os efeitos da reforma da previdência do governo Bolsonaro, que fora aprovada em outubro de 2019 apesar das mobilizações nacionais, das quais o sindicato participou, aliadas com as greves e paralisações em defesa da Educação. No entanto, apontou que medidas ainda mais graves estão na pauta do governo e do Congresso para serem aprovadas. Dessas, enfatizou as medidas e ameaças mais imediatas, como a redução orçamentária das Universidades – na UFBA, cerca de 5% a menos em relação a 2019 do orçamento para custeio e investimento – e o ofício do MEC que praticamente inviabiliza as progressões e promoções dos/as servidores das IFES, prejudicando a carreira.  E, mais nefasta ainda, o projeto de desmonte radical do funcionalismo público, com as Propostas de Emenda à Constituição 186 (Emergencial), 187 (Revisão dos fundos públicos) e 188 (Pacto Federativo) do Plano Mais Brasil. “O governo utiliza o argumento da crise econômica, que é a crise do capital, para empurrar essas PECs, como se isso fosse imprescindível para a sobrevivência do país”, afirmou a presidenta.

As/os professoras/es dialogaram então sobre suas impressões em relação à mobilização da categoria, trazendo considerações a respeito das diferenças entre as gerações de docentes e suas formas de organização, da memória de resistência e movimentos que defenderam o atual modelo de Universidade pública e quais as motivações subjetivas e objetivas que levam as pessoas à luta coletiva. Nesse debate, os presentes trouxeram diferentes posicionamentos sobre as greves de tempo determinado e indeterminado e possíveis efeitos nesta conjuntura.

No bojo dessa discussão, o vice-presidente da Apub, Emanuel Lins ressaltou que as mobilizações do ano passado garantiram alguns recuos do governo, como por exemplo, em relação aos cortes e na proposição do Future-se, que apesar de não ter sido derrotado, não está em pauta. Porém, para ele, a categoria precisa ampliar sua participação para tentar impedir a aprovação das medidas do governo, que poderão, de fato, desmontar o serviço público e piorar a vida da população brasileira. Emanuel trouxe os aspectos conjunturais e jurídicos para somar às avaliações sobre as greves, a qual defendeu como sendo “o instrumento mais poderoso e, portanto, exige muita responsabilidade para ser usado da melhor forma e no tempo certo”.

A programação da Semana continua: amanhã, 11, tem Assembleia Geral, às 15h, no IGEO, com pauta da Greve Nacional da educação do dia 18; na quinta-feira (12), tem mais roda de conversa às 9h, debate sobre saúde mental e palestra sobre cuidados com a voz, a partir de 14h, todos acontecem na Apub; e na sexta-feira, uma apresentação especial do espetáculo “Paulo Freire, o andarilho da utopia”, no Teatro Martim Gonçalves, às 19h.

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