APUB SINDICATO DOS PROFESSORES DAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR DA BAHIA

De mãos dadas com a democracia, pela universidade e por direitos

Para 92% de estudantes ouvidos, Escola Sem Partido afeta vida “muito” ou “totalmente”

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O Quero na Escola aplicou uma pesquisa online para saber a opinião de estudantes sobre cada item do polêmico projeto Escola Sem Partido, que tramita no Congresso Nacional e em diferentes governos estaduais. Ao todo, 82% se disseram contra a proposta e 92% responderam que a mudança afetaria sua vida “muito” ou “totalmente”.

Como o objetivo do Quero na Escola é ampliar a voz dos alunos em debates que afetam o cotidiano escolar, perguntamos também se eles gostariam de dar entrevistas sobre este assunto: dos 107 que responderam à pesquisa, 33 se disponibilizaram e deixaram os contatos para interessados.

Entre os pesquisados, 88% disseram que já haviam ouvido falar no Escola Sem Partido. Para ajudá-los a conhecer melhor a proposta, cada pergunta trazia itens do texto em análise na Câmara dos Deputados.

Os estudantes são especialmente contra o item que limita a atuação dos próprios alunos em relação aos temas de que trata a projeto. O trecho “não permitirá que os direitos assegurados nos itens anteriores sejam violados pela ação de estudantes ou terceiros, dentro da sala de aula”, foi considerado errado por 95% dos que responderam.

Para 90% também está errado o artigo que impõe que a escola “respeitará o direito dos pais dos alunos a que seus filhos recebam a educação religiosa e moral que esteja de acordo com as suas próprias convicções”. Os estudantes definitivamente querem ter outras influências além dos pais e reforçam isso quando o mesmo item aparece entre os princípios do projeto e tem aprovação de apenas 11%.

Os alunos defendem ainda que os professores devem ter opinião sobre os assuntos sobre o qual ensinam (89%) e dizem que quando os educadores dividem suas opiniões e experiências isso ajuda na aula (84%). Outro item que teve maioria contrária foi a proposta de que a escola não fale sobre gênero. Para 76% o projeto está errado, ou seja, o assunto deveria ser abordado dentro da escola.

Em outros itens listados como preceitos do projeto, “liberdade de aprender e ensinar”, “pluralismo de ideias no ambiente acadêmico” e “liberdade de consciência e de crença”, a maioria dos estudantes se colocou favorável, apontando que a contrariedade está ligada às questões limitadoras do projeto.

O Quero na Escola é uma plataforma gratuita e aberta a qualquer estudante adolescente para que digam o que gostariam de aprender dentro de suas escolas públicas, além do currículo. As informações são organizadas no site por escola e assunto para que qualquer pessoa com o conhecimento pedido possa se inscrever para ajudar. Depois nós conectamos as duas pontas e facilitamos o agendamento de visitas às escolas.

Fonte: Quero na Escola/PROIFES-Federação