APUB SINDICATO DOS PROFESSORES DAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR DA BAHIA

De mãos dadas com a democracia, pela universidade e por direitos

28 de maio – Dia Internacional de Luta Pela Saúde da Mulher e o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna

O objetivo da instituição desta data, 28 de maio, é chamar a atenção e conscientizar a sociedade para os diversos problemas de saúde e distúrbios comuns na vida das mulheres

A data foi instituída em 1984, na Holanda, durante o IV Encontro Internacional Mulher e Saúde, quando se instalou o Tribunal Internacional de Denúncia e Violação dos Direitos Reprodutivos, ocasião em que se denunciou o altíssimo número relacionado à mortalidade materna no mundo. No ano seguinte, o encontro realizado em São José da Costa Rica definiu que, a cada ano, no dia 28 de maio, os debates servissem de orientação para ações políticas com vistas a prevenir “mortes maternas evitáveis”.

No Brasil, o conceito de morte materna se refere à morte de uma mulher, ocorrida durante a gestação ou dentro de um período de 42 dias após o seu término, devido a qualquer causa relacionada com ou agravada pela gravidez ou por medidas em relação a ela. Mesmo a mulher sendo mais preocupada com a saúde do que o homem de um modo geral, muitas vezes, pelos cuidados dispensados à família e pelas dificuldades encontradas ao buscar o atendimento na rede de saúde pública, sofre as consequências dessa negligência pessoal e/ou institucional. No caso da mulher grávida, esse risco é aumentado quando não realizados os exames pré-natais rotineiramente. Os últimos dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que o Brasil reduziu o índice de morte materna em 43% entre 1990 e 2013. Isso significa que, nesse período, a taxa de mortalidade caiu de 120 mães por 100 mil nascidos vivos para 69 mães por 100 mil nascidos vivos. A taxa considerada aceitável pela OMS, porém, é de 20 por 100 mil.

No âmbito da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o Instituto de Saúde Coletiva (ISC) desenvolve programas de atendimento à saúde da mulher como o Programa Integrado de Pesquisa e Cooperação Técnica em Gênero e Saúde (MUSA), entre outros.

O MUSA está registrado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CPNQ) desde 1990 e inicialmente era um núcleo de pesquisa focado somente na saúde da mulher, posteriormente a perspectiva de gênero foi integrada aos estudos do grupo por conta da necessidade de referências teóricas essenciais para a compreensão dos princípios fundamentais de organização social que embasam a distribuição de poder e recursos, tendo assim, influência direta na área de saúde e na forma como as mulheres fazem parte dela.

Somente em 1995, após a criação do ISC, o MUSA se tornou um programa integrado a estrutura matricial do Instituto, cujo principal objeto de estudo é as relações entre gênero e saúde nas suas múltiplas determinações, além de visar contribuir para a melhoria das condições de saúde e para a superação das desigualdades sociais, em especial, as de gênero. A questão da mortalidade materna, por exemplo, é um debate que existe no programa desde a sua criação e já embasou diversas dissertações de mestrado, teses de doutorado, e artigos acadêmicos mediados pelos membros do grupo.

A interdisciplinaridade é também uma das principais características do programa e se faz presente nas estratégias de pesquisa, nas disciplinas oferecidas e também na equipe de professores compostas por profissionais de diversas áreas, dentre elas: Antropologia, Educação, Sociologia, Ciências Sociais, Enfermagem e Medicina. Além disso, o MUSA realiza uma série de cooperações técnicas nacionais e internacionais através de projetos em parceria com entidades dentro e fora do Brasil.

No dia 31 de maio, sexta-feira, como parte das atividades relacionadas a Luta Contra a Redução da Mortalidade Materna, o Cine Musa exibirá às 14h no Auditório do ISC, o filme “Tully”, que trata das questões da maternidade e abre um debate para a questão, em especial, sobre os aspectos subjetivos que a causa envolve. Haverá debate após a exibição do filme.

GT Direitos Humanos – Apub Sindicato

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