Desde o começo de dezembro do ano passado, muitos municípios baianos estão sofrendo com os impactos das fortes chuvas que ocasionaram rompimentos de barragens, cheias de rios e enchentes. Conforme decreto do governo da Bahia, 72 municípios se encontram em estado de emergência desde o dia 26 de dezembro.
Em diversas regiões do estado, já são mais de 815 mil pessoas atingidas, segundo dados da Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec).
São muitas pessoas que perderam suas casas, móveis, alimentos, roupas, outros que ainda se encontram feridos e, segundo dados preliminares, mais de 30 pessoas morreram. Essa situação pede a urgente atuação das autoridades nas esferas municipais, estaduais e federal, mas também carece da ajuda da sociedade civil.
Só que não é de hoje que vemos a completa insensibilidade do Governo Federal com o sofrimento dos brasileiros. Mas dessa vez soou como um deboche: enquanto centenas de milhares de pessoas perdiam tudo, o presidente Jair Bolsonaro, às gargalhadas, passeava de jet ski pelas praias de Santa Catarina, promovia aglomerações pensando apenas nas eleições do final deste ano (mesmo em meio a uma nova onda de contaminações e mortes causada pela variante Ômicron da Covid-19), e minimizava a gravidade do que acontecia na Bahia. Pior: ele foi além e recusou até a ajuda humanitária oferecida pela Argentina.
Ao lado de quem precisa
Já que o governo Bolsonaro desdenhava do sofrimento dos baianos, a sociedade civil organizada teve que agir.
Por isso, a APUB se uniu a outras entidades para ajudar e está convocando a todos e todas a se somarem nessa rede de solidariedade.
De forma conjunta a APUB e a ADUNEB enviaram colchões, água mineral, leite, fraldas descartáveis, produtos de higiene e alimentos para os municípios de Dario Meira, Barra do Rocha, Angical, Ubatã e Itororó. Os kits estão sendo distribuídos para aproximadamente 200 famílias da região.
Além das doações, a diretoria do sindicato também vem realizando articulações com universidades e outras instituições. Foi feita uma solicitação à Cáritas, para garantir ajuda nos municípios de Vale do Jiquirica e Amargosa, região onde está localizada a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.
Doações
A APUB está solicitando contribuições de professores e professoras que desejem se somar a essa ação solidária.
As doações – preferencialmente, leite em pó, água mineral e fraldas descartáveis – podem ser feitas na Central Única dos Trabalhadores (CUT-BA, na antiga sede, que fica na Rua da Independência, 16, Nazaré, Salvador), que se encarregará de levar os materiais até os pontos de coletas dos municípios.
Você também pode contribuir com qualquer quantia em dinheiro através do PIX: 12.361.280/0001-42
Em tempos tão sombrios em que, além da repressão, a população sofre com o descaso por parte do Governo Federal, a solidariedade é fundamental!
Brincando nas águas e com as vidas
Enquanto famílias baianas perdiam tudo que possuíam, com suas casas submersas nas águas das chuvas, Bolsonaro também estava na água, mas se divertindo nas praias geladas do sul do país.
Não parece coincidência o fato de Bolsonaro ter escolhido novamente Santa Catarina para passar suas férias e receber mais visitas (10 desde o começo do mandato).
Se por um lado é o estado onde sua rejeição (altíssima em todo o país) é um pouco menor, é também o estado com maior concentração de células neonazistas e também de apoiadores investigados pelo Supremo Tribunal Federal pela organização de atos antidemocráticos no dia 7 de setembro.
Fonte: APUB