Esta quinta-feira (8) foi um dia muito importante para os docentes, tanto do Magistério Superior (MS) quanto do Ensino Básico Técnico e Tecnológico (EBTT). Representantes da categoria, através do Proifes, Andes e Sinasefe – que, finalmente, foram integrados às discussões –, se reuniram com membros dos ministérios da Educação e do Planejamento. Cerca de 60 pessoas de todo Brasil ouviram e debateram as propostas e já há uma sinalização do governo em negociar alguns pontos, como carreira única para MS e EBTT, que aceita discutir os parâmetros estabelecidos entre classes e níveis. Essa é um ponto bastante positivo para os docentes, que desde o início enfatizaram a necessidade de uma negociação conjunta, assim como durante as discussões salariais.
Ao longo da oficina, o Proifes, através do professor Nilton Brandão (Sindiedutec-PR), defendeu os fundamentos da carreira docente e reforçou que a discussão não é sobre uma nova carreira, mas ao contrário, que é necessário buscar correção das injustiças, além de MS e EBTT terem de ser tratadas de maneira igualitária.
O governo afirma que não discute a carreira tratando-a como nova, mas as carreiras devem ser tratadas distintamente, e não como única, já que a política de desenvolvimento deve ser diferenciada. No entanto, não ficou claro o que significa este tratamento diferenciado.
Professor Eduardo Rolim, vice-presidente do Proifes Fórum e eleito presidente do Proifes Federação, ressaltou três princípios defendidos pela entidade: respeito ao passado e às conquistas obtidas, titulação como qualificação, não só para elevar o nível na carreira, e a paridade entre ativos e aposentados e a isonomia entre MS e EBBT. Além disso, ele reforçou que a entidade é contra à criação de uma nova classe, no caso específico a de Sênior, proposta pelo governo. Para os docentes, a instituição da nova classe é inadmissível, pois rebaixa automaticamente todos os professores. Cláudio Scherer, do Proifes, também apontou que a autonomia da Universidade não pode ser reduzida com a reestruturação da carreira.
A presidenta da APUB, Silvia Lúcia Ferreira, ressaltou que as Ifes têm incentivado que todos os docentes invistam na qualificação, mas é necessário que a remuneração salarial seja digna, e não somente atrelada à titulação. Para o presidente do Proifes, Gil Vicente, é fundamental criar mecanismos que avaliem a eficiência do docente, mas que isso seja feito levando em desconsideração o conjunto dos projetos desenvolvidos por este.
Os docentes deixaram claro que não aceitam uma reestruturação de carreira que não corrija as distorções, nem um reenquadramento que crie novas distorções. Outra questão importante para o Proifes é que sejam tratadas de forma isonômica as carreiras de Magistério Superior e EBTT em relação a questão estrutural e remuneratória.
Fotos Proifes