APUB SINDICATO DOS PROFESSORES DAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR DA BAHIA

De mãos dadas com a democracia, pela universidade e por direitos

Combate ao legado de fome deixado por Bolsonaro será um dos grandes desafios do novo governo Lula

Com o encerramento da apuração das eleições presidenciais, a noite de 30 de outubro foi de felicidade para milhões de brasileiros, que comemoraram o começo do fim do pesadelo vivenciado nos últimos quatro anos por aqueles que se preocupam com democracia e direitos humanos.

A partir de 31 de outubro, no entanto, as preocupações voltaram-se para a transição entre a atual e a futura gestão e, principalmente, para a superação da chamada “herança maldita” que Jair Bolsonaro deixará para Luiz Inácio Lula da Silva e para os brasileiros.

Juntamente com o desafio de reconstruir as bases democráticas do país e combater o ódio estimulado pelo bolsonarismo na sociedade, um dos principais desafios mais urgentes da nova gestão será o combate à fome, que voltou ao dia a dia de milhões de brasileiros após a chegada de Bolsonaro ao poder.

20 anos depois, a mesma prioridade

Além de triste, a situação do retrocesso é simbólica vivido pelo país nos últimos anos, uma vez que Lula assumiu seu primeiro governo, vinte anos atrás, tendo exatamente o combate à fome como prioridade.

Naquela época, a criação do programa Fome Zero e das políticas de transferência de renda consolidadas posteriormente no Bolsa Família tiraram milhões de brasileiros da fome e se tornaram referência mundial, tanto é que o ex-ministro do programa, José Graziano, se tornou diretor geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) em 2011 e foi reeleito em 2015, aplicando em diversos países do mundo os mesmos princípios que nortearam as ações do governo Lula.

Bolsonaro trouxe a fome de volta

Após quatro anos de corrupção e total descaso com a população, Bolsonaro encerrará seu mandato deixando mais de 65 milhões de pessoas na insegurança alimentar, sem a garantia de acesso a, pelo menos, três refeições diárias.

Já a insegurança alimentar grave atinge ao menos 33 milhões de brasileiros que não sabem se conseguirão fazer ao menos 1 refeição durante o dia.

Por seu descaso e incompetência, Bolsonaro colocou o Brasil novamente no Mapa da Fome Mundial.

Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar

Elaborado entre novembro de 2021 e abril de 2022, o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil demonstra que 58,7% dos brasileiros estão em algum nível de insegurança alimentar.

Segundo os dados, 28% de nossa população em condição de insegurança alimentar leve; 15,2% em situação moderada e 15,5% em situação grave.

O cenário é preocupante em todo o país. O novo governo brasileiro terá que apagar esse legado, inserindo novamente as famílias brasileiras no processo de desenvolvimento, como aconteceu entre 2003 e 2016.

Fonte: APUB

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