APUB SINDICATO DOS PROFESSORES DAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR DA BAHIA

De mãos dadas com a democracia, pela universidade e por direitos

A ciência segue abraçada pelo povo brasileiro: 92% confia!

Apesar do negacionismo e dos ataques constantes à ciência, marcas lamentáveis da gestão Jair Bolsonaro, há uma luz no fim do túnel desse cenário tão obscuro. Nem mesmo os discursos cheios de ódio ou as fake news disparadas pelos apoiadores do presidente foram capazes de fazer com que os brasileiros deixassem de valorizar os trabalhos dos pesquisadores.

De acordo com dados da 6ª edição da pesquisa Índice do Estado da Ciência, da 3M, nove em cada 10 pessoas no país confiam nos trabalhos científicos (92%, índice acima da média mundial, que ficou em 89%). O estudo revela ainda que 76% dos entrevistados acreditam em notícias relacionadas ao tema divulgadas na mídia tradicional e 51% no que acompanham sobre o assunto via redes sociais.

Na prática, a pesquisa mostra que a população confia e reconhece a importância da ciência, sobretudo para assegurar o desenvolvimento humano e para garantir conquistas ainda maiores em relação, por exemplo, a vacinas e medicamentos. Isso sem falar em avanços que fortaleçam questões de sustentabilidade e que proporcionem a proteção do planeta.

Por essas e outras razões, é lamentável o comportamento do Governo Federal em relação à ciência. Bolsonaro vai completamente na contramão das expectativas de toda a sociedade (e da parte civilizada do planeta), ou seja, promove um verdadeiro desmonte de iniciativas voltadas à produção científica no país.

Recentemente, mentindo que ia garantir algum aumento salarial aos servidores públicos federais (no desespero de garantir sua reeleição), o presidente cortou R$ 8,2 bilhões no Orçamento de 2022 (que já estava aprovado pelo Congresso). Os ministérios da Educação, Ciência e Tecnologia e da Saúde foram os mais atingidos.

Depois da péssima repercussão, o governo liberou parte dos recursos, mas ainda assim em quantidades insuficientes para manter um funcionamento mínimo.

Pandemia

Nem mesmo a atuação heroica de nossos cientistas e pesquisadores durante a pandemia foi capaz de sensibilizar as ações de Bolsonaro. Logo no início deste ano, a Fiocruz, que teve papel fundamental no combate ao novo Coronavírus, teve um corte de R$ 11 milhões no seu orçamento. Esses recursos seriam direcionados às atividades de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação.

Tais medidas, no mínimo desastrosas, colocam em risco o sucesso de inúmeros talentos e de potenciais que poderiam colocar o país novamente em destaque no cenário mundial. De acordo com a Academia Brasileira de Ciências, o Brasil está, atualmente, entre as 13 nações que mais publicam estudos científicos no planeta. Tudo feito com muita coragem por quem não se dobrou à truculência de um governo que vê na ciência uma ameaça às suas pretensões autoritárias.

E se tivéssemos realmente apoio, como seria a nossa realidade? Voaríamos ainda mais alto, com certeza.

O governo Bolsonaro se recusa a entender que fazer ciência dá trabalho e deve ter prioridade nos investimentos.

Para encontrar soluções para os problemas da sociedade e do planeta, é preciso observar, medir, testar, checar, repetir a experiência e submeter o resultado à comunidade científica. Apenas dessa forma é possível dar mais um passo importante no caminho do conhecimento.

Ao presidente e seus seguidores, fica a dica: os países que mais investiram em ciência, não por acaso, também são aqueles que mais se desenvolveram. Quem prefere a negação, quer apenas fazer o país andar para trás.

Fonte: APUB

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