O final de semana começou com uma serie debates e atividades sobre saúde e seguridade social para os professores, estudantes, e representantes de instituições nacionais e internacionais presentes na abertura do Fórum Social Mundial da Saúde e Seguridade Social, evento que aconteceu na manhã do último sábado (10) na Reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
A presidenta da Apub, Luciene da Cruz Fernandes, marcou presença e representou o sindicato na primeira mesa do dia, onde ressaltou a importância desse tipo de evento em um momento tão crítico não só para o Brasil, mas para diversas outras nações. “Estamos presenciando um período no qual diversos direitos historicamente conquistados estão sendo perdidos, portanto discutir questões como saúde e seguridade social, conforme esse fórum propõe, é determinante para invertermos esse processo e fazermos com que os direitos deixem de ser reprimidos e passem a ser ampliados e mais efetivos”, declarou.
O evento é também parte integrante do Fórum Social Mundial, que acontece de 13 a 17 de março em Salvador (confira a programação da Apub no FSM), e contou com a participação do reitor da UFBA, João Carlos Salles.
Em sua fala, Salles destacou a tentativa de censura do curso ofertado pela UFBA sobre o golpe de 2016 e a democracia no Brasil como um grande exemplo da era problemática na qual vivemos. A abertura ainda contou com performance artística com canto e poesia, intervenções dos convidados e colaborações dos diretores de cursos de saúde como Carolina de Souza Machado (Enfermagem) e Luís Fernando Adam (Medicina), além de Francisco Rego do Centro Nacional de Saúde.
O coordenador do fórum, Armando Filho Negri, abriu a mesa falando sobre a necessidade de desenvolver projetos claros na área de saúde e seguridade para que a discussão seja de fato efetiva e deu início também ao primeiro eixo do evento (Alternativas ao desenvolvimento neoliberal: direito coletivo e desenvolvimento com justiça social e ambiental), no qual explicou que precisamos focar nosso olhar na distribuição das riquezas, e não na da pobreza, já que a mesma representa apenas a sobra dos bens maiores.
Este primeiro debate também contou a participação de convidados nacionais e internacionais, entre eles Francis Mestrum, da Global Social Justice (Bélgica) e do deputado Arlindo Chinaglia, juntos debateram questões como as dificuldades de se cumprir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, declaração proposta pela ONU em 2000, os impactos do Mercosul, distribuição de riquezas, censura na universidade, entre outras questões atuais. As atividades propostas pelo fórum seguem até segunda-feira (12) na UFBA Canela.
Sobre o fórum:
O Fórum Social Mundial da Saúde e Seguridade Social é um espaço integrado ao Fórum Social Mundial orientando-se pelos princípios da pluralidade, diversidade e singularidade, tendo caráter não confessional, não governamental e não partidário. Tem o propósito de dialogar com a sociedade civil mundial comprometida com a luta pelo direito humano à saúde, opondo-se ao discurso e prática neoliberal que a situam no campo dos serviços, transformando-a numa mercadoria geradora do lucro.
Eixos de 2018:
- Alternativas ao desenvolvimento neoliberal: direito coletivo e desenvolvimento com justiça social e ambiental;
- Proteções sociais universalistas, integrais e igualitárias/ equitativas como sistema de redistribuição da riqueza;
- Educação e ação política para defender e conquistar plenamente os direitos humanos e sociais como expressão da democracia.
Histórico
Em 2002 e 2003, antes dos Fóruns Sociais Mundiais de Porto Alegre e Mumbai (Índia), aconteceram Fóruns internacionais dedicados à defesa e afirmação da saúde como direito universal. Foram chamados de Fórum Internacional em Defesa da Saúde dos Povos (FIDSP) e liderados inicialmente pela Associação Latino Americana de Medicina Social – ALAMES. A partir de 2003, os Fóruns contaram com o apoio e convocatória conjunta do Movimento pela Saúde dos Povos – PHM (People’s Health Movement). O I Fórum Social da Saúde foi realizado em 2005, em Porto Alegre; outras edições aconteceram em Nairóbi (Quênia), Belém, Dakar (Senegal) e Túnis (Tunísia).