Na manhã desta quarta-feira, 22, durante audiência pública realizada na Câmara dos Deputados, em Brasília, com a participação do ministro da Educação Abraham Weintraub, os parlamentares da base governista protagonizaram cenas lamentáveis. O ministro esteve na Câmara para fornecer informações e se explicar sobre os recentes cortes divulgados pelo Ministério da Educação.
O tumulto teve início quando o ministro e a bancada da base governista se recusaram a ouvir os representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES). Os presentes tiveram uma atitude antidemocrática. Parlamentares do governo protagonizaram uma confusão e usaram da força física para impedir que os estudantes se manifestassem.
As cenas são vergonhosas e lamentáveis e mostram que os parlamentares gritam e empurram estudantes, em uma clara tentativa de silenciar o grupo que será mais afetado pelas decisões de contingenciamento do Ministério da Educação. O deputado federal Delegado Waldir (PSL), envergonhando seus eleitores que o consagraram como o candidato mais votado nas eleições de 2018 pelo estado de Goiás, integra o tumulto.
O vídeo foi gravado pelo presidente do Adufg-Sindicato, professor Flávio Alves. No material, o delegado Waldir aparece xingando os alunos e docentes presentes na audiência. Flávio Alves entra em um embate com o parlamentar ao defender a comunidade acadêmica. “Isso delegado, vou mostrar para Goiás como o senhor trata os estudantes”. Neste momento, o deputado demonstra total descontrole emocional, bate palmas e chama os alunos de maconheiros e petistas. Em resposta, Flávio Alves, destaca que é professor e que todos merecem respeito. “Isso é um absurdo. Essa casa é do povo, estamos em um ambiente democrático. A população elege seus representantes para lutarem em prol das suas causas. Viemos para tratar da Educação e um deputado se comporta desta maneira. Vamos esperar mais o que?”
O Adufg-Sindicato reprova veementemente e lamenta as atitudes do delegado Waldir que foi aprovado em um concurso público da Polícia Civil. Sua entrada no certame foi possibilitada graças a educação que o parlamentar recebeu de inúmeros professores. Estes docentes formam seres humanos e merecem o mínimo de respeito, assim como os nossos estudantes que querem garantir o seu futuro por meio de uma educação pública, gratuita, laica e de referência.
Fonte: PROIFES-Federação