No dia 30 de agosto, quinta-feira, às 19h, o documentário 1968: a Greve de Contagem, primeira greve durante a ditadura militar, do diretor Carlos Pronzato, terá um lançamento especial na Saladearte Cinema do Museu (Av. Sete de Setembro, 2195, Museu Geológico, corredor da Vitoria, telefone: 71 3338-2241), com a presença do diretor e debate posterior. Previamente, será exibido o curta-metragem Retomadas Guarani Kaiowá, a luta pelo território (documentário/20 min./digital/2018) do mesmo diretor.
Ainda, de 31 de agosto, sexta feira, à 5 de setembro, quarta-feira, entra em cartaz na mesma Sala, 1917, a Greve Geral (documentário/90 min./digital/2017), também com direção de Carlos Pronzato, lançado no ano passado, no centenário da primeira Greve Geral do Brasil, ocorrida em julho de 1917, promovida por organizações operárias de origem anarquista, e que foi uma das mais abrangentes e longas da História do Brasil. O documentário, através de entrevistas a especialistas e estudiosos do tema, celebra o centenário da primeira vitória da classe operária, arrancando conquistas sócias do Estado e do Patronato da época.
O documentário 1968: a Greve de Contagem, primeira greve durante a ditadura militar, já teve apresentações especiais em julho deste ano no Sindicato dos Metalúrgicos de Contagem, Juiz de Fora, MG, Maricá, RJ, João Pessoa, no MIS (Museu de Imagem e Som) de BH, na Mostra “A ditadura na tela”; em São Paulo e Osasco. Em 2018 comemora-se os cinquenta anos da primeira greve operaria durante a ditadura militar (1964 – 1985). Através de depoimentos de historiadores, investigadores e operários que participaram dessa histórica greve na Cidade Industrial de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, o documentário reconstrói este episódio que se prolongou naquele mesmo ano, em julho, na famosa greve de Osasco, em São Paulo, acirrando o confronto com a burguesia no período militar e lançando as sementes do novo sindicalismo que surgiria uma década depois.
“Mas qual foi o saldo real da Greve de Contagem? O saldo foi que este movimento tornou-se um marco. Introduziu no Brasil um novo modelo de organização de trabalhadores. Recusou a lei anti-greve e combateu o arrocho salarial de mais de 12% contado desde a tomada do poder pelos militares. Levou o governo a conceder primeiro aos operários de Contagem e, depois, a todos os operários brasileiros, um aumento salarial de 10%, primeiro desde 1964. Mais: o patronato viu-se impedido de evitar a greve, perdendo também o controle sobre a massa trabalhadora” (MIRANDA, Nilmário. A cidade operária símbolo. In Teoria e Debate, 2008, p. 22.)
1968: a Greve de Contagem, primeira greve durante a ditadura militar
Direção, Roteiro e Produção: Carlos Pronzato
Câmera: Carlos Mandacarú
Edição: Luís Oliveira
Pesquisa e Montagem: Carlos Pronzato
Consultoria Histórica: Carolina Dellamore
Trilha sonora: Babilak Bah
Tema musical: Alexandre Salles e Ulisses de Andrade
Ano de Produção: 2018
Duração: 50 min.
Realização: La Mestiza Audiovisual
Carlos Pronzato é cineasta, diretor teatral e poeta argentino/brasileiro. Suas obras audiovisuais e literárias destacam-se pelo compromisso com a cultura, a memória e as lutas populares. Dentre seus mais de 70 documentários destacam-se “O Panelaço, a rebelião argentina”, “Bolívia, a guerra do gás”, “Buscando a Salvador Allende”, “A Revolta do Buzu”, “Carabina M2, uma arma americana, Che na Bolívia”, “Madres de Plaza de Mayo, verdade, memória e justiça”, “Marighella, quem samba fica, quem não samba vai embora”, “Pinheirinho, tiraram minha casa, tiraram minha vida”, “Mapuches, um povo contra o Estado”, “A partir de agora, as Jornadas de Junho 2013”, “Dívida Pública Brasileira, a Soberania na Corda Bamba”, “Acabou a Paz, isto aqui vai virar o Chile, escolas ocupadas em São Paulo”, “Terceirização, a bomba relógio”, “Ocupa Tudo, Escolas Ocupadas em Paraná”, “A Escola Toma Partido, uma resposta ao Projeto de Lei Escola sem Partido”, “1917, a Greve Geral”, etc. Entre outras importantes distinções recebeu, em 2008, o prêmio da CLACSO (Conselho Latino-americano de Ciências Sociais), em 2009, na Itália, o prêmio Roberto Rossellini, e em 2017 o Premio Liberdade de Imprensa pelo jornal Tribuna da Imprensa Sindical, no Rio de Janeiro.