Já pensou se todos os funcionários públicos do país trabalhassem exclusivamente para atender as exigências dos seus superiores (e não os interesses da população)?
Imagine um funcionário de um órgão de investigação que descobrisse um esquema de corrupção no governo, mas, com medo da demissão, não desse andamento na apuração porque sabe que isso iria desagradar o governante e, com isso, poderia ser demitido.
Ou imagine um professor universitário que estivesse pesquisando um tema importante para a sociedade e fosse demitido porque os resultados do estudo desagradaram uma grande empresa que financia a campanha de políticos influentes.
São incontáveis os contextos que situações como essas se aplicariam e isso demonstram como é importante que os servidores tenham direito à estabilidade.
Ela existe para blindar o funcionalismo público contra as pressões políticas ou internas que prejudicam a qualidade dos serviços prestados.
Sem a estabilidade, muitos servidores seriam forçados a fazer uma escolha entre ceder à pressão e trabalhar apenas para agradar os superiores ou insistir no cumprimento do dever e ainda ser demitido por isso.
Nas duas situações não há dúvida: quem sai perdendo é a população.
E é por isso que os corruptos querem acabar com a estabilidade dos servidores públicos. Eles sabem que funcionários competentes e comprometidos com o bem-estar da sociedade iriam atrapalhar seus planos, já que dificilmente colocariam as próprias carreiras (construídas com muito esforço e dedicação) em risco se estiverem protegidos pela estabilidade.
A normalização da rachadinha e da mamata
Como vimos no primeiro exemplo logo no começo deste texto a estabilidade dos servidores é uma das principais armas da sociedade contra a corrupção. Afinal, sem ela, os servidores estariam muito mais fragilizados e seriam forçados a compactuar com desvios de dinheiro, licitações fraudulentas, superfaturamento e outros crimes.
E é justamente este um dos principais objetivos da Reforma Administrativa do governo Bolsonaro: acabar com a estabilidade dos servidores para permitir que a ganância dos políticos corruptos domine a administração pública. Se ela for aprovada, os funcionários que discordarem dos governantes (ou denunciarem seus crimes) serão demitidos com muita facilidade.
Cuidado, essa realidade pode voltar a bater na nossa porta
A Reforma Administrativa também permitirá que governantes possam preencher qualquer tipo de função na administração pública com apadrinhados políticos (sem concurso), que estarão ali somente para fazer a vontade de quem lhes deu o cargo. Isso inclui a participação em esquemas de corrupção.
Portanto, aqueles que não desejam que o nosso país se torne um gigantesco balcão de negócios sem fim devem ajudar a barrar a Reforma Administrativa. Caso contrário, a corrupção se tornará padrão, e não uma exceção.
Fonte: Campanha Reforma que Destrói