Foi lançado na tarde de ontem (16), no auditório do PAF I (campus de Ondina da UFBA) o Comitê Universitário em Defesa da Democracia. Apesar do ato de lançamento ter sido convocado pela Apub, Assufa e DEC/UFBA o objetivo do Comitê é integrar outras organizações e movimentos sociais num espaço de debate e proposição de atividades. Estiveram na mesa a presidenta da Apub Luciene Fernandes, o coordenador da Assufa Renato Jorge, a coordenadora do DCE, Caroline Anice, o presidente da UEB/BA (União dos Estudantes do Brasil) Natan Ferreira e os reitores João Salles (UFBA) e Silvio Soglia (UFRB). A recém-eleita diretora do campus dos Malês da UNILAB, professora Míriam Reis enviou mensagem de solidariedade que foi lida na abertura do ato. Na plateia, estiveram presentes docentes, estudantes, técnicos-administrativos, além de representantes de movimentos sociais, partidos e parlamentares.
“Este é um espaço não só de articulação, mas de ação, de enfrentamento ao que vivemos hoje e de construção de uma síntese coletiva de que projeto de país nós queremos”, disse Caroline Anice. Propôs ainda incorporar às atividades do Comitê a participação no Congresso do Povo, projeto que vem sendo gestado pela Frente Brasil Popular e outros movimentos sociais. Natan Ferreira falou sobre a onda crescente de ataques aos direitos e da necessidade das entidades da educação estarem unificadas em torno da defesa da democracia; expressou ainda a importância de direcionar “uma agenda de lutas que consiga dialogar com o conjunto da sociedade”. Ele também propôs incluir nessa agenda, a Caravana da UNE volante.
Para o reitor Silvio Soglia, há uma expectativa de que a Universidade congregue as forças mais reativas e combativas ao momento atual, devido à sua tradição de luta e organização. “A defesa da democracia é a luta que deve nos unificar de fato. Defendê-la é não tolerar a injustiça, a arbitrariedade e o preconceito”, disse. Ressaltou a articulação das forças golpistas, que envolve judiciário, grande mídia e parte do parlamento, apontando que “a nossa força está na mobilização popular, na nossa capacidade de estarmos juntos com os movimentos sociais, que têm dado as melhores respostas nesse processo”, afirmou. João Salles refletiu sobre o quê representa a necessidade de criação do Comitê, uma vez que, para ele, a Universidade como um todo já deveria ser um Comitê em defesa da Democracia. “Criar um Comitê significa que estamos escolhendo um outro projeto de Universidade, que resista aos fascismos mais diversos”, disse. Como proposta, convocou as entidades presentes para se integrarem na articulação do debate proposto na última reunião do Conselho Universitário, que discutirá se o ex-presidente Lula é ou não um preso político. “Ele é um doutor Honoris Causa da UFBA” – explicou o reitor – “e a UFBA tem obrigação de indagar”.
Após a participação da plateia, de onde surgiram ainda outras propostas, a presidenta Luciene Fernandes fez a sistematização da agenda do Comitê, que inclui, além das atividades já citadas, a realização de aulas públicas, inclusive em locais onde a UFBA já realiza ações de extensão, discussão com parlamentares, aproximação de movimentos sociais e proposição de atividades culturais.