Sindicatos e Associações de docentes do Norte e Nordeste discutem defesa da Universidade Pública em encontro no Ceará

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Em um cenário de profunda crise na gestão federal das pastas de educação, ciência e tecnologia, dirigentes de sindicatos e associações de docentes do Norte e Nordeste reuniram-se nesta quinta-feira (11) na sede do ADUFC-Sindicato, em Fortaleza, Ceará, para debater e elaborar estratégias de defesa da Universidade Pública, no II Encontro Norte e Nordeste das Associações de Docentes.

Pela manhã representantes dos estados da Bahia, Rio Grande do Norte, Alagoas, Pernambuco e Maranhão, discutiram as “Perspectivas e desafios do Movimento Sindical na atualidade”.  Também participaram, na condição de convidados, representantes de Goiás, Curitiba, São Carlos e Rio de Janeiro.

“Trocar ideias e experiências neste momento delicado, com uma crise muito intensa no Ministério da Educação e desdobramentos fortes no Movimento Sindical Docente – uma vez que as contribuições com desconto direto em folha foram proibidas através de Medida Provisória – é de extrema importância. Estamos aqui reunidos em busca de uma saída, precisamos discutir uma forma de enfrentar essa situação”, disse Edeson Siqueira, presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe).

No período da tarde os dirigentes discutiram os “Desafios e perspectivas das universidades públicas na atual conjuntura” com os ex-reitores Jesualdo Farias (UFC) e Amaro Lins (UFPE). “Um país que não investe em educação, ciência e tecnologia deixa de ter a sua soberania e passa a estar em risco, por isso é de fundamental importância estarmos aqui fazendo esse diálogo entre para analisar e traçar estratégias de enfrentamento para reverter essa situação”, disse o diretor do ADURN-Sindicato, Dárlio Inácio.

A opinião do dirigente é compartilhada pela presidente da APUB Sindicato, Raquel Nery. Para ela, diante da conjuntura que se apresenta ofensiva à universidade, o momento é de reunir forças e recursos das entidades representativas para que se possa enfrentar os ataques do governo. “Nós entendemos que é urgente que as entidades se organizem e se fortaleçam, para que pensando juntas possam agir estrategicamente na defesa das universidades e do movimento dos seus trabalhadores, que se organizam não apenas por direitos, mas também em torno da construção do conhecimento, da ciência, da formação da cidadania, essa é uma das mais importantes tarefas que nós temos em nosso país”, afirmou Raquel.

Para o presidente do PROIFES-Federação, Nilton Brandão, o corte de 23% do orçamento do Ministério da Educação e de 79% do Ministério de Ciência e Tecnologia, mostram que o momento é de se posicionar para que se possa vislumbrar algum futuro para a educação do país, “o governo precisa entender que a sociedade não vai aceitar esse desmanche do serviço público”, disse.

No início da noite a pauta foi o empenho da concessão do Reconhecimento de Saberes e Competência (RSC) com o Reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Professor Henry Campos.

Fonte: ADURN Sindicato