Apub participa do 4° Fórum de Direitos Humanos e Saúde Mental

Data

No último dia 20, quinta-feira, o Campus Ondina da UFBA sediou a quarta edição do Fórum de Direitos Humanos e Saúde Mental, que neste ano teve como tema “Racismos, Desigualdades e Injustiças Sociais”. O fórum, que durou até o dia 22, sábado, é uma iniciativa da Abrasme (Associação Brasileira de Saúde Mental) e busca discutir a garantia dos direitos humanos e cidadania, evidenciando as estratégias de inclusão e valorização das pessoas com sofrimento mental.

No primeiro dia do evento, a professora Claudia Miranda, ex-presidenta da Apub, coordenou a mesa de debate “Racismo e Inquietudes”, composta por de Denize Ribeiro, do Coletivo NEGRAS da UFRB, Luis Eduardo Batista da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, e Rosângela Araújo, professora da FACED e pesquisadora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher.

Denize Ribeiro abriu a mesa e ao longo de sua fala trouxe uma breve retrospectiva das condições de vida do povo negro, desde os navios negreiros até o sistema carcerário atual, ressaltando a capacidade de mutação das práticas racistas em diferentes contextos sociais e históricos. Em seguida, Luis Eduardo trouxe dados da Secretaria de Saúde de São Paulo para levantar um debate sobre como a grande quantidade de negros internados nas clinicas psiquiátricas, em comparação com a quantidade de pessoas brancas, revela uma forma alternativa de encarceramento da população negra e a necessidade de pensarmos políticas públicas especificas na área de saúde mental que levem em consideração o contexto social que circunda o povo negro no Brasil. Por último, Rosângela Araújo trouxe uma exposição dinâmica que buscava revelar a persistência do racismo no imaginário dos brasileiros e evidenciar como os meios de comunicação reforçam essa lógica através dos estereótipos.

Após as falas dos convidados, o público teve a oportunidade de fazer perguntas, e expressar suas inquietações a respeito dos assuntos debatidos. Professores, estudantes, pesquisadores e profissionais de saúde de diversas partes do Brasil desabafaram emocionados sobre suas vivências, desafios e tentativas de tornar a área de saúde mental um espaço acolhedor, também, para as pessoas negras.