A Apub realizou na tarde do dia 05 de setembro, em sua sede, uma Assembleia Geral para avaliar as últimas mobilizações, incluindo o 13 de agosto e o “Universidade na Praça”, e apontar os próximos passos do movimento docente num contexto de asfixia financeira das Universidades Públicas e da ameaça do projeto “Future-se”. Reafirmado o posicionamento contrário ao projeto, já aprovado em Assembleia anterior, a plenária debateu algumas estratégias de enfrentamento e como ampliar a mobilização da base, para a qual o evento “Universidade na Praça” foi considerado um exemplo positivo. Considerando ainda a necessidade de fortalecer a articulação de todos os setores da comunidade universitária, foi aprovado um dia de paralisação, em 26 de setembro, no qual será realizada uma Plenária conjunta entre Apub, Assufba, DCE/UFBA e os sindicatos representativos dos/as trabalhadores/as terceirizados/as da instituição. Ainda, diante da persistência de dúvidas na base a respeito da natureza do “Future-se” e suas reais consequências e ameaças, foi aprovada a realização de um Seminário de Formação, que acontecerá na quinta-feira, 12 de setembro, na sede da Apub, e também um “Dia de Aula” sobre o projeto, em data ainda a ser definida.
![](https://apub.org.br/wp-content/uploads/2019/09/IMG_6234.jpg)
A Assembleia teve a participação do SINDVIGILANTES, representado pelo presidente José Boaventura, que falou sobre a disposição da categoria em contribuir com a discussão sobre o funcionamento da Universidade, para que os/as trabalhadores/as se vejam como sujeitos ativos no processo de mobilização e entendam seu papel como trabalhadores/as da educação, que de fato são. Ainda em relação a este ponto, a professora Sandra Marinho (Faced), falou sobre as plenárias e as edições do bazar de solidariedade aos trabalhadores e trabalhadoras terceirizados/as que têm sido realizadas na unidade; disse ainda ser necessário não isolar o/a trabalhador/a terceirizado/a da vida política da Universidade.
![](https://apub.org.br/wp-content/uploads/2019/09/IMG_6227.jpg)
Sobre o evento “Universidade na Praça”, a presidenta Raquel Nery, que coordenou a mesa ao lado da diretora Marta Lícia de Jesus, destacou que tratou-se um atividade sindical importante, pois aponta para uma forma diferente de atuação política. Já Marta Lícia, ponderou sobre os vários atos de rua que aconteceram a partir de maio, destacando as dificuldades de mobilização no período de recesso, com a universidade mais esvaziada, apesar do empenho da Comissão de Mobilização. Ela colocou o “Universidade na Praça” como uma continuidade desses processos, ressaltando a visibilidade deste ato político em defesa da UFBA, mas apontando também a necessidade de pensar em mais formas criativas de mobilização. A professora Fernanda Almeida (Creche/UFBA) sugeriu a realização de novas edições do evento, de forma itinerante, em bairros da periferia de Salvador.
![](https://apub.org.br/wp-content/uploads/2019/09/IMG_6206.jpg)
Também pensando como encaminhar as atividades de mobilização, o professor Rodrigo Pereira (Faced) propôs a realização de uma Assembleia dos três setores; o vice-presidente da Apub, professor Emanuel Lins, propôs o Seminário Formativo sobre o “Future-se” e um “Dia de Aula” no qual os professores pudessem falar sobre o assunto em suas unidades, a partir de materiais informativos produzidos pelo sindicato. O professor Maurício Brito (FFCH) fez um adendo à proposta, para que durante o seminário se discuta a construção de um ciclo permanente de debates. O diretor Jailson Alves sugeriu a produção de uma cartilha voltada para estudantes da educação básica; ações junto a estes estudantes, em articulação com secretaria de Educação, também foram propostas pelo professor Daniel Peres (FFCH/Conselho de Representantes Apub). A partir do relato de uma reunião com DCE/UFBA e Assufba, a presidenta Raquel Nery apontou a data de 26 de setembro como dia de paralisação para realização de Plenária conjunta.
![](https://apub.org.br/wp-content/uploads/2019/09/IMG_6222.jpg)
Ainda, foi incluído na Assembleia um ponto de pauta solicitado pela professora Uilma Matos (Faced) que notificou o fim do seu mandato na Comissão Própria de Avaliação – CPA da UFBA. A plenária confirmou a substituição da professora Uilma pelas professoras Sílvia Leite (titular) e Livia Angeli (suplente).
![](https://apub.org.br/wp-content/uploads/2019/09/IMG_6276.jpg)
Ao final, o professor Remi Castioni (UnB), na cidade para o Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos do Trabalho – ABET, fez uma fala sobre as movimentações em Brasília a respeito do “Future-se” e da pauta da educação, lembrando que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, instituiu uma Comissão pra tratar de questões específicas da educação superior e as possibilidades de flexibilização da Emenda 95 do Teto de Gastos.
Encaminhamentos
A Assembleia definiu que o movimento docente permanece em Estado Permanente de Mobilização e encaminhou as seguintes ações:
- Paralisação da categoria docente no dia 26/09, realização de plenária com o DCE a Apub e a Assufba e participação no Fórum que esta sendo proposto pelo DCE para discutir os cortes das bolsas;
- Realização de um ciclo permanente de formação política, a ser iniciado com um seminário na quinta-feira, 12/09, na Apub, tendo como objetivo refletir e propor formas de enfrentamento aos ataques do governo Bolsonaro, a defesa da universidade pública e gratuita e a expansão na base das razões que fizeram com que o movimento docente da Apub se posiciona contra o “Future-se”;
- Indicação de um dia de aula sobre o porquê somos contra o “Future-se”, após a construção de um material explicativo que ajude os docentes a discutir a situação da universidade pública e da UFBA em particular;
- Intensificação do diálogo com os sindicatos que representam os agentes de portaria, os auxiliares de serviços gerais e os vigilantes e construção de ações conjuntas;
- Realização de outra edição da ação política “Universidade na Praça” em bairros periféricos
- Proposição de ações com a secretaria de educação do Estado, tendo em vista a necessidade de envolver no debate sobre a situação das universidades públicas as escolas públicas e particulares da educação básica.
- Estudo de formas de mobilização/denúncia a serem realizadas em praças públicas, se houver suspensão de atividades de sala de aula devido os cortes/bloqueios das verbas da universidade.