III Encontro Nacional do GT Direitos Humanos do PROIFES se encerra com aprovação da Carta de Goiânia

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A terceira edição do Encontro Nacional do Grupo de Trabalho (GT) Direitos Humanos: Raça/Etnicidade, Gênero e Sexualidades do PROIFES-Federação, realizada em parceria com o ADUFG-Sindicato na capital goiana, se encerrou nesta sexta-feira, 8, com a aprovação da Carta de Goiânia.

Diante de uma conjuntura política que reiteradamente afronta a cidadania, a livre identidade de gênero e de orientação sexual por meio da promoção do racismo, do sexismo, do patriarcalismo e da LGBTfobia, os sindicatos reunidos reiteram a importância do ativismo dos Direitos Humanos no movimento sindical em suas mais diversas frentes, compreendendo que a incorporação de uma agenda que envolva temáticas como a raça, etnicidade, gênero e cidadania fortalece a aproximação das entidades com a sociedade”, aponta a Carta de Goiânia, que contextualizou o III Encontro Nacional do GT como uma síntese do amplo debate realizado nos dias 7 e 8,  e dos desafios da categoria para o próximo período, especialmente nas relações entre Direitos Humanos e movimento docente nas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) e para os públicos fora delas. (Leia aqui a íntegra da Carta de Goiânia)

Veja aqui vídeo sobre o III Encontro Nacional do GT Direitos Humanos do PROIFES-Federação:

A mesa de encerramento foi composta pela vice-presidenta do PROIFES-Federação, Luciene Fernandes (APUB-Sindicato), o tesoureiro do PROIFES, Flávio Silva (ADUFG-Sindicato), o diretor de Direitos Humanos do PROIFES e coordenador do GT Direitos Humanos, Nildo Ribeiro (APUB-Sindicato), a diretora Diretora de Assuntos Educacionais, de Carreira e do Magistério Superior do ADUFG-Sindicato e membro do GT, Geovana Reis, e a também membro do GT, Thaís Madeira, diretora de EBTT do ADUFSCar-Sindicato, além do presidente do SINDUFMA, Arkley Bandeira.

“Queria agradecer a todos os e as palestrantes em nome da Federação, a todos e todas presentes, a solidariedade se perdeu como prática, mas é me momentos de crise que a gente vê a importância da organizações e em especial do movimento sindical, que não é feito apenas de suas lideranças e dirigentes, e que só é forte com a presenta de seus trabalhadores e trabalhadoras”, destacou a vice-presidente do PROIFES, Luciene Fernandes.

“Para o ADUFG-Sindicato foi uma honra sediar este evento, ainda mais em um momento em que os Direitos Humanos estão sendo tão atacados por este governo, tanto que estamos criando um GT de Direitos Humanos aqui no ADUFG, por isso é muito importante recebermos este evento aqui em Goiânia”, reforçou o presidente do ADUFG e tesoureiro do PROIFES-Federação, Flávio Silva.

Saúde mental e violência do Estado

A mesa de encerramento, com a aprovação da Carta de Goiânia, foi precedida da última palestra da sexta feira, “Saúde mental e violência estatal”, apresentada por Maria Stella Goulart, presidente da APUBH. “Estamos vivendo um processo devastador nas IFES (Instituições Federais de Ensino Superior), neste campo onde somos sujeitos protagonistas, os professores. Assédio institucional é crime, e é isso que o ministro da Educação faz cotidianamente, e é dentro desse contexto que temos que falar dessa pauta de saúde mental, especialmente dentro das universidades brasileiras, que ainda não têm política nesse campo. Temos que abrir os olhos para este tema dentro de nossa pauta sindical”, afirmou a Stella.

A pesquisadora também citou alguns dos poucos dados disponíveis sobre saúde mental dos docentes de IFES para ilustrar a gravidade da situação. “As doenças psíquicas são as principais responsáveis por afastamento do trabalho no mundo. No Brasil, 67% dos afastamentos do trabalho de professores são de 15 a 120 dias. O professor só se afasta quando ele tem motivos graves, pois tem medo do estigma que o afastamento traz, é exclusão por diagnóstico. Para um professor admitir que está em sofrimento mental, as consequências são mais graves do que para os técnicos-administrativos, por exemplo, porque o docente não consegue se movimentar, ir para outro departamento, porque ele é uma vaga”, alerta a presidente da APUBH.

Veja abaixo depoimento de Maria Stella Goulart:

Ela cita mais dados que corroboram a necessidade de maior atenção para as doenças mentais mentais entre docentes, sendo as mais comuns: reações ao estresse grave,  transtorno de adaptação, transtorno depressivo recorrente, isolamento, e outros transtornos. “É de 14% o peso das doenças mentais como motivo de afastamento de trabalho no planeta. Nos docentes, 22% dos afastamentos são dessa natureza, acima da média mundial. Por isso, é fundamental que a gente comece a pensar juntos nessas estruturas de atendimento mental”, concluiu Stella.

Entrevista

Na sexta-feira, 8, o diretor de Direitos Humanos e coordenador do GT Direitos Humanos do PROIFES-Federação, Nildo Ribeiro (APUB-Sindicato) participou de entrevista no programa Sagres Sinal Aberto, no qual contou um pouco sobre as origens e ações do GT. Confira no vídeo abaixo a íntegra da entrevista de Nildo Ribeiro:

Fonte: PROIFES-Federação