Apub recorre de decisão da Comissão Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos que indeferiu investigação sobre a morte de Anísio Teixeira

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A Apub enviou no dia 14 de setembro um documento à Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), ligada atualmente ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, pasta da Ministra Damares Alves, contestando a decisão da CEMDP de indeferir o pedido de continuidade das investigações sobre a morte do educador Anísio Teixeira, ocorrida em 1971.

No documento, o sindicato refuta a as razões apresentadas pela Comissão – de que haveria pedido de indenização pela família, o que não procede, e que o pedido teria sido feito de forma inadequada. A Apub aponta que nas circunstâncias da morte de Anísio Teixeira existem evidências suficientes para contestar a versão oficial de morte acidental e que o educador teria sido mais uma vítima da Ditadura Militar; o objetivo do pedido de investigação, que conta com o respaldo da família de Anísio, é portanto, a busca pela verdade e justiça.

A luta pelo reconhecimento de que Anísio Teixeira foi assassinado pelo Estado brasileiro é antiga, já tendo sido abordada na Comissão Memória e Verdade Anísio Teixeira da Universidade de Brasília e na Comissão Estadual da Verdade , na Bahia, cujo relatório, de 2016, traz a recomendação da continuidade das investigações. Um dos principais estudiosos da questão é o professor e biógrafo de Anísio, João Augusto de Lima Rocha. Em seu livro, Breve História da Vida e Morte de Anísio Teixeira, publicado pela Edufba, ele apresenta os resultados de suas investigações, baseadas em fotografias, depoimentos e laudos técnicos, e defende a tese de que Anísio foi vítima de um crime. No documento enviado à Comissão, a Apub requere que o depoimento do professor João Augusto seja ouvido e analisado.