Você já conhecia a expressão “armadilha da pobreza”? Ela traduz o triste e inaceitável ciclo vicioso de perpetuação e expansão da miséria no país, que é ampliado pelos desmontes provocados pelo Governo Federal nas políticas educacionais.
Para entender melhor o assunto, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), a partir de uma minuciosa análise de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), conseguiram quantificar o impacto do deficit educacional no aumento da pobreza e vice-versa. Nesse jogo de desigualdades, o futuro do Brasil é colocado à prova.
Na gestão Bolsonaro, esse quadro se agravou ainda mais diante da orientação escolhida para a política econômica e da péssima administração dos efeitos da pandemia no país. O resultado é muito mais desigualdade social e uma extrema insegurança alimentar.
Os números são tão alarmantes que apontam para o maior retrocesso após os anos de 1990, quando o sociólogo Herbet de Souza, o Betinho, criou a ONG Ação da Cidadania, para combater a fome no Brasil. Em paralelo a esse problema, o Brasil vive o pior gerenciamento da educação nas últimas duas décadas, com reduções orçamentárias a cada ano.
Esse mix potencializa o crescimento da pobreza.
Uma conta que não fecha
A educação ruim, como apontam pesquisadores da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RO), que faz parte da USP, é um dos principais fatores da perpetuação da pobreza no país.
Enquanto persistirem medidas para atender aos interesses meramente eleitoreiros do presidente Jair Bolsonaro, em vez de aplicar recursos necessários na educação, os desníveis serão cada vez maiores no país.
Quanto mais pessoas estiverem abaixo da linha da pobreza no país (de acordo com o IBGE, esse número, em 2015, estava em 13,5 milhões, ou seja, 6,5% dos brasileiros), maiores serão os deficits cognitivo e emocional, principalmente entre as crianças. Sem qualidade de vida, não há desenvolvimento real.
Cada vez mais sucateado, o MEC, que agora é alvo de diversas investigações por corrupção, sofreu seguidas reduções orçamentárias. Essas medidas inviabilizam investimentos da educação básica ao ensino superior, colocando em risco o futuro do país.
O Brasil mergulha na pobreza
É fato: o governo Bolsonaro ajudou a ampliar o sofrimento dos brasileiros. Segundo o Cadastro Único do Governo Federal, o chamado CadÚnico, pelo menos 2 milhões de famílias brasileiras tiveram a renda reduzida e caíram para a extrema pobreza entre janeiro de 2019 (quando começou o atual governo) e junho de 2022.
Enquanto as políticas sociais são ignoradas por Bolsonaro, o aumento da pobreza potencializa também a evasão escolar. Sem estabelecer prioridades em relação à educação, não há qualquer possibilidade de reverter esse sinistro ciclo da pobreza.
Com a inflação desenfreada e um presidente que só pensa em sua reeleição, desenham-se dias cada vez mais nebulosos.
O caos segue na incapacidade de o governo colocar o país em pé.
Ao final dessa desastrosa gestão, sobrará uma herança amarga. É hora de começar a mudar essa realidade!
Fonte: APUB