Andes x APUB – 16 anos depois

Cópia de MANIFESTO

O professor Israel Pinheiro, ex-presidente da APUB durante o processo de desfiliação da ANDES-SN, escreveu um artigo para explicar sua posição de apoio à obtenção da Carta Sindical pela Apub.

Confira na íntegra:

Golpe na APUB

Prof. Israel Pinheiro

Depois de 16 anos, livres do controle da Andes mas não da sua aporrinhação, eis que de repente, voltamos a 2009 quando tivemos que arregaçar as mangas para nos livrarmos  da Andes e de seus imensos malefícios na nossa atividade sindical. Durante todo esse período, eles não conseguiram ganhar uma eleição na APUB. Os professores não votam neles. Conhecem minimamente a sua trajetória dentro do sindicato. A Andes não  assina acordos salariais, dentro ou fora das suas greves intermináveis.  Defende e impõe as assembleias, como o único lugar onde os professores podem manifestar suas ideias e dar o seu voto para decidir tudo o que lhes diz respeito.  Assembleias que eles sempre controlam, utilizando para isso todos os artifícios do mal sindicalismo.

Não foi sempre assim. No inicio da Andes, lá pelos anos 80, fizemos muitas greves, todas muito mais curtas e sempre com algum resultado, devidamente negociado e assinado pela Andes. E olhem que até 1985 estávamos no governo Figueiredo, o ultimo general/presidente da ditadura. Uma greve muito longa  foi a de 1984, 84 dias. Creio que havia ai uma vingança da ministra da educação, Esther Ferraz contra os  “comunistas” da universidade. Ela vinha da Makenzie, o antro da direita paulista. 

Com o neo-liberalismo do governo Fernando Henrique no final dos anos 90, houve um refluxo dos movimentos sociais. Os sindicatos entenderam que era melhor conservar os empregos do que perdê-los fazendo greves por aumento salariais.  A Andes, ao contrário de seus congêneres, avançou, radicalizou e se isolou de suas bases. Passou a fazer greves muito longas a partir do controle de assembleias esvaziadas. 108 dias na greve de 2001; 104 dias na greve de 2003 e 112 dias em 2005. Longe de suas bases, voltados para si mesmos, para o seu mundo, pequeno burguês, elitista e autoritário, os dirigentes da Andes entraram por um caminho sem volta. Desfiliaram a CUT da Andes no  seu 24ª. Congresso em Curitiba em 2005 numa discussão de 50 minutos. Não havia, por certo, o que discutir aqui e nem porque. Muito rápido, da mesma forma que saiu da CUT, a Andes vai entrar no Conlutas, uma central radical de pequenos partidos “revolucionários”, que na época pululavam por toda parte. Aqui era a fome com a vontade de comer. Não sobrava vaga pra mais nada. A Andes agora, sem tirar  nem por, era um pequeno partido de extrema esquerda com todos os direitos e cacoetes do gênero. O principal “direito” era a intolerância com tudo que se movia em seu sentido contrário. O que vimos nas assembleias da última greve e também nas anteriores, foi somente uma pequena mostra da nova ordem andina. 

Diante de um quadro tão avassalador, os professores que não entraram por esse caminho buscaram de muitas formas romper o cerco que se estabeleceu sobre sua entidade. Nada podia ser feito. Surge então em 2004 o Forum dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), nascido a partir de discussões nas assembleias mais numerosas que eles não controlavam. Com isso o Proifes retoma a dinâmica sindical dos anos 80, onde a negociação é muito mais forte do que naquele período por se tratar agora de um governo com um forte compromisso social, tendo a educação como seu ponto principal. A partir daí, o Proifes passa a assinar acordos nas diversas campanhas salariais que se sucedem e a tratar com o governo das muitas  reivindicações do movimento docente de tempos atrás ainda não resolvidas. E muitas delas já foram resolvidas, algumas de suma importância para a carreira do professor, nessas discussões do Proifes com os governos do PT. Enquanto isso a Andes segue na sua trajetória errante, tendo nos governos do PT somente um inimigo a ser abatido. Em 2012 faz uma greve de 120 dias e em 2015 outra de 150 dias! Os professores não saíram sem nada porque o Proifes assinou com o governo o acordo que podia ser assinado naquele momento. Agora é sair da linha de tiro do nosso antigo sindicato nacional e buscar as formas de sobrevivência como fizemos em 2009.

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