A Evolução dos chatbots e algumas implicações na ciência

Data

Autoria: 

Barbara Coelho – Professora da UFBA; Pesquisadora líder do LTI Digital; e Dir. Administrativa da APUB. 

Anderson Rios – Professor; Analista Cultural; Doutor em Educação; e pesquisador do LTI Digital. 

A tecnologia de chatbots, especificamente o chat GPT, tem despertado grande interesse e curiosidade. Essa plataforma, baseada em inteligência artificial e conhecida pelo padrão GPT, que é a abreviação de “Chat Generative Pre-Trained Transformer” (transformador pré-treinado generativo de bate-papo), proporciona avanços notáveis no processamento de linguagem natural. No entanto, é fundamental analisar as oportunidades e os desafios que essa tecnologia traz para a produção do conhecimento científico.

O chat GPT, teve crescimento vertiginoso e logo bateu a marca de 100 mi de usuários mensais ativos em janeiro de 2023, tornando-se o aplicativo de consumo com crescimento mais rápido da história, segundo a FEBRABAN Tech. No entanto, mesmo com potencial de interação em linguagem natural, o GPT ainda apresenta desafios, como a necessidade de aprimorar a naturalidade de suas respostas e nas questões éticas do seu uso relacionadas principalmente à produção do conhecimento científico.

No contexto acadêmico, o chat GPT pode ser uma ferramenta poderosa para interagir com estudantes e apoiar o desenvolvimento de atividades de pesquisa. No entanto, sua utilização demanda atenção, garantindo apoio qualitativo no desenvolvimento do pesquisador.

É crucial compreender que a interação com o GPT não substitui a leitura e a pesquisa colaborativa com colegas e professores. Portanto, é preciso se despir do deslumbramento promovido pela facilidade do uso para ter consciência das limitações dessa tecnologia na produção do conhecimento científico.

Embora o CEO da OpenAI, Sam Altman, diga que os benefícios do chat GPT sejam, na sua opinião, extremos, vale destacar algumas questões éticas e de prejuízos causados pelo uso aleatório, a exemplo do plágio. Pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610 de 1998, autor é o titular-proprietário que criou a obra. Porém, no Brasil, a IA não tem natureza física ou jurídica, logo não pode ser penalizada. 

Quando se trata de produção científica, é preciso garantir a originalidade do trabalho. Nesse sentido, a organização mundial que desenvolve parâmetros para revistas científicas, a COPE, proibiu a publicação de artigos científicos produzidos por IA. Desse modo, para evitar penalizações, algumas revistas científicas já começaram a utilizar aplicações de IA que detectam textos produzidos por inteligência artificial, como é o caso do detector “Dusckup” que identifica conteúdo de plágio produzido por Chat GPT. As revistas e autores que forem identificados nessas condições podem ser inseridos em uma blacklist global.         O chat GPT proporciona inúmeras possibilidades de aplicação. É importante usá-lo de forma ponderada e consciente na produção científica.