Pensar novas formas de atuação do movimento sindical docente, em uma conjuntura de incertezas, na qual a educação em geral e as universidades em particular foram declaradas inimigas do atual governo. “A atual conjuntura não permite respostas simples, e, tampouco, a repetição do que vinha sendo feito. Ela impõe a necessidade de o movimento docente cumprir um papel destacado na construção de um amplo movimento democrático como forma de construir uma maioria capaz de reverter as pretensões do governo Bolsonaro para o campo da educação e das IFES. As mobilizações de maio demonstraram que a educação é a pauta com maior capacidade de envolvimento dos setores da sociedade brasileira no atual momento”.
Este trecho do texto “A necessidade de reinventar o movimento sindical docente diante da complexidade da conjuntura”, que pertence ao tema 1 – Conjuntura nacional e as perspectivas dos movimentos sociais”, de autoria da diretoria do PROIFES-Federação, resume parte dos debates do terceiro dia do XV Encontro Nacional do PROIFES-Federação, em mesa coordenada pelo tesoureiro do PROIFES, Flávio Alves e secretariada por Geovana Reis, ambos do ADUFG-Sindicato.
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Na apresentação deste primeiro texto do tema, a vice-presidente do PROIFES, Luciene Fernandes (APUB Sindicato) destacou que o atual governo “que tem por objetivo a construção de uma nova hegemonia cultural, política e ideológica que tem a presença do capital estrangeiro e apoio dos militares, e já declarou que a educação e universidades são seus principais inimigos, porque a universidade ainda é um dos principais polos de resistência”.
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Por sua vez, Joviniano Neto, professor aposentado da Universidade Federal da Bahia e delegado da APUB Sindicato apresentou o texto “Brasil e Universidade: opção entre projetos antagônicos”, no qual propõe, para enfrentar os desafios da conjuntura, o desenvolvimento de estudos, articulação e sínteses com frentes populares e fortalecimento das redes de informação e convencimento.
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Realizar ações jurídicas contra crimes cibernéticos no combate às fake news é uma das propostas do texto “Contra a agenda neoliberal: a articulação nacional e internacional”, de Cláudia Miranda (Apub Sindicato). “Defendo que o movimento sindical, em especial, do campo da educação, se articule com as mais diferentes forças institucionais e populares, em nível nacional e internacional, visando impedir as os retrocessos da agenda neoliberal perversa e, ao mesmo tempo, apontar saídas para a crise política e econômica, resultante desa agenda”, cita Cláudia em seu texto.
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O professor Lucas Pelissari (SINDIEDUTEC) apresentou o texto “Desafios da luta dos trabalhadores em tempos de neoliberalismo autoritário”, no qual faz uma análise da conjuntura política e aponta a necessidade do movimento sindical docente se reorganizar para voltar a disputar hegemonia. “Setores vacilantes recompuseram essa frente neoliberal dentro do golpe de 2016, colocando uma série de derrotas para a classe trabalhadora, e fundamentalmente, a ascensão da extrema direita, de linhas políticas neofascistas. Fenômeno que quando aconteceu em outros países, colocou a necessidade do movimento sindical e popular de se reorganizarem.”
Luciene Fernandes ao apresentar seu texto “Guerra Híbrida e o papel do movimento sindical docente”, destacou que “no Brasil estamos em plena guerra híbrida, do inimigo interno, que foi construída como a pauta da corrupção como inimiga, e coloca toda a sociedade contra o governo a fim de substituí-lo, colocando o povo como protagonista deste processo. A proposta é que o PROIFES debata essa guerra híbrida, e a partir disso crie uma tática eficiente no combate dessas narrativas. É necessário, como movimento sindical, que façamos esta disputa.”
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“Nossa força está na organização e na capacidade de discernimento crítico” é o texto do professor Romualdo Pessoa (ADUFG-Sindicato), que defende a ampliação do diálogo dentro e fora da Universidade, a necessidade repensar os equívocos do passado e a construção de uma mentalidade crítica. “A universidade, e as instituições centenárias que sobrevivem no tempo, são conservadoras, e pouco mudou. A universidade é conservadora por essência. Nossa universidade hoje se adequou ao mercado, reproduziu os conceitos neoliberais. O Future-se é o nada, porque não existe futuro. As universidades precisam resolver seus problemas no presente, porque sem o presente não há futuro”, afirmou.
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A professora Mírian Reis, delegada da APUB Sindicato apresenta o texto do professor Cláudio André de Souza, também da APUB, “O bolsonarismo na política brasileira: um projeto político profundo”. O texto traz uma reflexão sobre a ascensão da extrema-direita no Brasil e como as universidades viraram alvos na guerra cultural fomentada pelo “olavismo”.
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Por fim, o João Bosco da Costa (ADURN Sindicato) apresentou o texto escrito em colaboração com o presidente do ADURN, Francisco Wellington Duarte: “Desafios do movimento docente: defender a democracia, a educação e a ciência brasileira”. Para os autores, a questão central da luta hoje é a defesa da democracia e a retomada do Estado Democrático de Direito no Brasil.
Fonte: PROIFES-Federação