Apub celebra seus 56 anos da Apub em harmonia com a religiosidade de matriz africana

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Na manhã de segunda-feira (26), dia da semana dedicado a Exu e a Obaluê nas religiões de matriz africana, ocorreu, em frente à sede da Apub, a celebração a Iroko, orixá cultuado pela nação Ketu e, como Loko, pela nação Jeje. A celebração, que faz parte das comemorações dos 56 anos da Apub completados no último dia 06 de agosto, contou com a presença da direção e da comunidade da Apub, parceiros e transeuntes que passavam pelo local.

Ao som dos Clarins da Bahia e dos atabaques, foi iniciado o cortejo que saiu da Apub em direção à árvore sagrada, conduzida pela Yalorixá Gilmara Santos (diretora do programa Voz do Axé e do terreiro Ilê Asè Omi Obàlágbedé) e pelo Ogan Alan Oliveira (também diretor do programa Voz do Axé e do terreiro Ilê Axé Araka). Segundo as tradições e as religiosidades de matriz africana, Iroko foi a primeira árvore plantada e pela qual todos os restantes Orixás desceram à Terra, é o comandante de todas as árvores sagradas, o vanguardeiro. Representado pela árvore gameleira, Iroko faz a ponte entre o Ayê (mundo físico) e Orum (mundo espiritual). A Yalorixá Gilmara Santos detalhou, em sua fala de abertura, a importância do cuidado com aquele espaço para o povo de santo. 

Após a celebração, o microfone foi aberto para falas em comemoração ao aniversário da Apub Sindicato e para homenagear Iroko e os antepassados. A professora e presidenta em exercício Clarisse Paradis celebra em sua fala: “Esse ciclo de comemorações dos 56 anos reverencia o espaço e a cidade, espaço em que a gente está envolvido. A Apub chega nesta sede depois que o Iroko já estava plantado. Então a gente, quando faz política, quando faz movimento, temos que reverenciar o entorno, nossos símbolos sagrados, os espaços e os lugares de memória”. 

Ao fim, duas personalidades históricas da luta popular da cidade de Salvador foram ao microfone. Joviniano Neto, ex-presidente da Apub por três mandatos, celebrou a diversidade: “A Apub é uma casa da diversidade. Nós temos plena consciência do diálogo inter religioso. A busca pela transcendência está em todos os homens. A centelha do sagrado está em todos nós.” Quando Secretário de Meio Ambiente da administração municipal de Lídice da Matta, foi o professor Joviniano quem fez o plantio do Iroko nas vizinhanças da casa que, um dia, se tornaria a sede da Apub.

Já Edenice Sant’Ana apontou o histórico da Apub em apoio a luta popular: “Num mês muito importante que é o mês de agosto, da Revolta de Búzios, então em nome da nossa entidade Ngiokan, a Conen e a Conen Mulher, quero agradecer a compreensão que a Apub sempre teve com a pauta racial, com a pauta da religião de origem africana, com a pauta das mulheres”, concluiu.

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