O Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior da Bahia – Apub repudia veemente a ação policial de intimação de uma professora do Colégio Estadual Thales de Azevedo, em Salvador, chamada a depor na Delegacia de Proteção da Criança e do Adolescente após denúncia de “enviesamento” a respeito dos conteúdos de suas aulas. A docente foi acusada de ensinar conteúdos “esquerdista” e de “doutrinação feminista”.
Longe de ser fortuito, o acontecimento se soma a tantos outros casos de criminalização do fazer docente, de atentado à liberdade de cátedra e de censura, movimento que cresce nos últimos anos dentro das instituições de ensino em todos os níveis e avança juntamente com as ideias fascistas e retrógradas que são base para o atual governo, claramente inimigo da educação. Cabe lembrar as iniciativas legislativas, como o projeto “Escola Sem Partido”, a invenção da “ideologia de gênero” e do “kit gay” como argumentos para acusar as escolas de doutrinação e as judicializações de docentes para intimidar e atacar o pensamento crítico e a pluralidade de ideais, fundamentais para a formação humana e social de estudantes.
Além de a intimação ser descabida e insustentável legalmente, há também uma tentativa, reiterada em todos esses casos, de manipular e desvirtuar o debate a respeito das lutas por igualdade, justiça social, equidade entre homens e mulheres e do combate às opressões historicamente reproduzidas e naturalizadas pela sociedade. A estigmatização e criminalização das defensoras e defensores de direitos humanos são estratégias de controle e de repressão, realidade duramente conhecida na nossa história recente de ditadura militar.
Não deixaremos que a história se repita! Continuaremos resistindo em defesa da Educação pública de qualidade, democrática, crítica e emancipadora.