A Apub participou na manhã de do dia 18 de maio do ato nacional “Educação Contra a Barbárie – Todos em Defesa da Ciência e da Vida, Contra o Desmonte da Educação Pública”, realizado pela Universidade Federal da Bahia, que contou com o apoio do sindicato e diversas outras entidades. O ato, com participação de docentes, reitores/as, artistas, representantes de movimentos sociais e entidades sindicais e parlamentares, foi uma chamada à mobilização coletiva em torno da pauta da educação e da ciência e da própria sobrevivência das instituições públicas de ensino.
Representando o sindicato, o presidente Emanuel Lins (Direito/UFBA) apontou o abandono da população brasileira pelo governo Bolsonaro durante a pandemia, destacando o papel da Universidade como foco de resistência. “A Universidade muda a vida das pessoas (…). Nós sabemos muito bem, nós, professores e professoras, que cada aula que nós damos é um ato de resistência”, afirmou.
Assista à fala na íntegra:
O presidente do PROIFES, Nilton Brandão também esteve presente no ato, sendo a Federação, a primeira entidade a ter respondido o chamado feito pela UFBA para a atividade. Ele saudou o ato e apontou as múltiplas faces dos ataques às Universidades como a “guerra cultural”, a asfixia orçamentária e na própria proposta de Reforma Administrativa que fragiliza os serviços públicos no país.
Por que atacar a Universidade?
Durante o ato, um questionamento recorrente era a razão pela qual a Universidade tornou-se alvo de ataques. “Por que ao invés de atacar o vírus eles atacam a Universidade?”, questionou em sua fala a professora Joana Guimarães, reitora da UFSB. Ela destacou que a Universidade Pública mudou, abrindo pela primeira vez as suas portas para populações negras e pobres, antes excluídas. “Por isso a Universidade, que hoje mudou a sua cor e sua configuração de classe social precisa ser reduzida, através do estrangulamento orçamentário, da redução de políticas de ações afirmativas, para que ela retorne ao seu tamanho e distribuição como garantia para servir àqueles que sempre a consideraram como exclusivamente sua”, respondeu a reitora.
O professor Ildeu de Castro Moreira, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência também esteve no ato denunciando além do desmonte das Universidades e da Ciência e Tecnologia, a política para o meio ambiente, principalmente a nova lei de licenciamento ambiental, e as restrições à liberdade acadêmica e de pesquisa. “Estamos enfrentando um negacionismo que mata, uma política deliberada que não se preocupa com a vida e um terraplanismo econômico que ameaça profundamente o futuro do país”.
Ações afirmativas e assistência estudantil
A estudante Raquel Franco, membro do Diretório Central dos Estudantes da UFBA, alertou para o desmonte da assistência estudantil, que ameaça a permanência de milhares de estudantes que vivem em situação de vulnerabilidade econômica. “Nossos sonhos não podem ser interrompidos(…). Então, nesse momento, importante relembrar que dia 29 de maio estaremos nas ruas para defender nossos sonhos, para que a gente consiga a revogação dos vetos no orçamento 2021, a revogação da Emenda Constitucional 95 que congelou a verba para Educação e Saúde, vacinação para todas as pessoas com quebra de patente das vacinas e um auxílio emergencial digno”, afirmou.
Homenagem às vítimas da covid-19 na UFBA
Um dos momentos de destaque do ato foi a leitura feita pelo vice-reitor da UFBA, Paulo Miguez dos nomes das 31 pessoas da comunidade, entre docentes, servidores/as técnicos/as e estudantes, vítimas da covid-19. Elas foram homenageadas também com uma performance do cantor Lazzo Matumbi que cantou o hino do Senhor do Bonfim.