Cine-Debate da APUB discute “Tecnopolítica, IA e Democracia”

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Ocorrida nesta quarta-feira (28/05), a última edição do “Cine-Debate” da APUB Sindicato contou com a exibição e análise do filme  “Geração do futuro”, trazendo para o centro das discussões os impactos da Inteligência Artificial na sociedade contemporânea. Com a coordenação da vice-presidenta e docente do Instituto de Ciência da Informação (ICI/UFBA), Barbara Coelho, e da professora Andrea Hack, integrante do GT de Tecnologia da APUB e do GEPELD, os debates tiveram as contribuições dos professores Ivan Machado (ICC / UFBA) e Sérgio Amadeu (UFABC).

“Achei esse filme extremamente interessante porque ele passa por vários pontos e problemáticas que estamos vivendo hoje no mundo virtual”, comentou Bárbara. Passado numa realidade futurística, o longa-metragem expõe as interferências das tecnologias no cotidiano das pessoas e os riscos que estão implicados a partir de suas evoluções.

Pesquisador de redes digitais e ativista da liberdade na rede, Sérgio Amadeu considerou a obra impactante, ao projetar elementos de um futuro distante, mas dialogando com parte da realidade atual. “Ele mostra essa ideia de que a tecnologia sempre vem de modo neutro, linear e para sempre criar benefícios. É o ideal Iluminista, que é um ideal difícil de combater. Se alguém aqui vier dizer que nem tudo do progresso é importante, vocês vão ver que isso soa como agressão. Essa agressão é usada, por exemplo, hoje no Brasil para neutralizar a  aprovação de uma lei de regulação de inteligência artificial”, destacou Amadeu, afirmando ser contra a qualquer tipo de inovação que venha para destruir o meio ambiente, para retroceder e violar direitos.    

Durante sua exposição, ele diferenciou a perspectiva mercadológica de inovação – que consiste em transformar a ciência em produto para o mercado – da perspectiva da inovação social, que remete à criatividade, à modernização e à inventividade. “Você usa como sinônimo de inovação, mas a inovação mascara a ideia tão importante de voltar tudo para o mercado. Nesse filme, a gente vê uma sociedade totalmente mercantilizada, monetizada, individualizada e que despreza elementos básicos”, analisou. 

Ao comentar sobre situações da narrativa que mostram uma interação constante das personagens com a inteligência artificial, uma espécie de “monitoramento severo e, ao mesmo tempo, crítico”, a professora Andrea Hack propôs uma reflexão sobre o convívio das pessoas com a inteligência artificial no dia-a-dia e na esfera do trabalho. 

O pesquisador do Instituto de Computação da UFBA, Ivan Machado, também contribuiu com os debates e, a partir do exemplo da internet das coisas, que vem com a ideia da automatização de rotinas domésticas por meio de aparelhos que “conversam entre si”, falou sobre os riscos relacionados à privacidade e ao controle social que está velado no uso excessivo de algumas dessas tecnologias. “Os nossos dados estão em algum grande servidor do mundo aí nesse exato momento, tá bom? Então, a gente precisa entender quais são as implicações, consequências, tentar utilizar para benefício da sociedade desde que não ultrapassemos essa fronteira perigosa”, defendeu.

Confira os debates na íntegra:

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