O Brasil segue o trágico caminho rumo à destruição ambiental, traçado pelo governo de Bolsonaro. Somente em 2021, o país perdeu 16 mil km² de área verde, um aumento de 20,1% de desmatamento em todos os biomas.
Os dados são do MapBiomas. O levantamento alerta para uma perda de área desflorestada correspondente ao tamanho do estado do Rio de Janeiro e concentração de destruição mais na Amazônia, com estimativa de 18 árvores derrubadas por segundo.
Sob esse ritmo, o Brasil atingiu o maior número de toda perda de florestas nativas no mundo. Dados do Global Forest Watch (GFW) revelam que o país concentrou 40% de toda a perda mundial, com redução de 1,5 milhão de hectares. Um absurdo.
O desmatamento é provocado em sua maior porcentagem (96,6%) pela agropecuária, a grande vilã da destruição ambiental no Brasil. As outras perdas de mata verde se devem ao garimpo ilegal, incentivado por Bolsonaro, mineração, expansão urbana e usinas de energias solar e eólica.
Amazônia é o bioma mais afetado
Os dados do relatório apontam que a Amazônia é o bioma com maior território afetado (59%), seguido do Cerrado (30%), Caatinga (7%), Mata Atlântica (1,8%), Pantanal (1,7%) e Pampa (0,1%). Em um ano, proporcionalmente, tiveram maior alta a Caatinga (89%) e o Pampa (92%).
Licença para desmatar
O estudo alerta que a maioria dos casos não tem fiscalização nem punição: embargos e autuações federais só em 10,5% da área desmatada, entre 2019 e 2021. De acordo com o MapBiomas, 77% da área total desmatada em 2021, por exemplo, ficava em um imóvel registrado no Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural. Especialistas afirma que em ao menos três quartos dos desmatamentos, é possível encontrar um dono ou responsável.
Dinheiro público financia a destruição
O governo Bolsonaro liberou dinheiro do BNDES para financiar fazendeiros criminosos e desmatadores. Mesmo com terras embargadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Bolsonaro autorizou empréstimo com dinheiro público de 28,6 milhões de reais para a compra de maquinário agrícola.
Violência com protetores das florestas
Seja com garimpos, pescas ou caças ilegais, ou mesmo fazendeiros desmatadores, todo tipo de criminoso ambiental abraçado pelo governo Bolsonaro vem espalhando terror e violência nas pequenas cidades da Amazônia – sobretudo atacando mulheres, indígenas e ativistas ambientais. Os casos de Dom e Bruno ficaram mundialmente conhecidos, mas a violência cotidiana e pouco midiática tem se espalhado de forma brutal pelas vilas, comunidades e cidades localizadas próximas às florestas e também nas aldeias de área ambiental protegida.
Mudar para proteger o meio-ambiente
Pautar o desenvolvimento sustentável, garantir uma política de proteção aos nossos recursos naturais e valorizar os saberes e as vivências dos povos originários são medidas urgentes e necessárias para não entrarmos em colapso climático e ambiental. Bolsonaro não esconde que ataca e vilipendia todas essas medidas e, sob seu governo, vai seguir conivente com o desmatamento, de forma irresponsável e deixando de fiscalizar a destruição ilegal.
Portanto, encerrar esse ciclo de destruição trazido pelo governo Bolsonaro é o primeiro passo estratégico para salvarmos nossas matas, florestas e biomas, assim como protegermos os povos originários e a população mais pobre dessas regiões.
Fonte: APUB