O evento “Universidade na Praça – A UFBA é nossa!” aconteceu no dia 30 de agosto, a partir de uma iniciativa da Apub Sindicato
Entre olhares curiosos e atentos da população, experimentações e atendimentos, diálogos e espetáculos artísticos, a Universidade Federal da Bahia mostrou parte da sua vasta e diversa produção científica e de conhecimento Praça Campo da Pólvora, no bairro de Nazaré, em Salvador, durante todo o dia da última sexta-feira, 30 de agosto. O evento “Universidade na Praça – a UFBA é nossa!”, foi promovido pela Apub Sindicato em parceria com docentes e estudantes e agregou mostras de trabalhos e atividades de ensino, pesquisa e extensão de 29 faculdades e unidades da UFBA, incluindo o SMURB (Serviço Médico Universitário Rubens Brasil Soares) e a Creche UFBA. Contou ainda com a exposição do projeto “UFBA: Mostra Sua Cara” da Pró-reitoria de Ensino de Graduação (Prograd) e divulgação da campanha “Não Deixe a Violência Passar de Boa”, da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil (Proae). A Apub foi responsável pelo planejamento e estrutura física do evento, mas a programação foi construída coletivamente com a participação das diversas unidades e faculdades da UFBA e ainda com o apoio da Comissão Organizadora formada pelas professoras Teca Gondim (Escola de Música), Nanci Novais (Escola de Belas Artes), Ana Carolina Pereira (FFCH), Izaura Cruz (Proae), pelo professor José Roque Carvalho (Instituto de Química) e pelos estudantes José Carlos Noronha Filho e Vitor Souza.
A proposta do evento foi levar a Universidade à praça pública como forma de estabelecer o diálogo com a população sobre a importância de defender seu caráter público e democrático e sua capacidade tanto de mudar as vidas das pessoas, a partir da formação profissional qualificada, como também de transformar os rumos da sociedade, promovendo o avanço científico e tecnológico, o pensamento crítico, a inovação, e propondo questões e soluções para o país em todas as áreas de conhecimento. “É uma experiência nova de mobilização, uma experiência política de resistência e diálogo com a sociedade baiana; é uma forma de dizer que a UFBA é nossa e também de lutar e defender a universidade”, explicou a presidenta do sindicato, professora Raquel Nery. O reitor da UFBA e também atual presidente da Andifes, professor João Carlos Salles também esteve presente na atividade e destacou que aquele era um momento importante, quando “todo o país discute projetos para a universidade e até mesmo alguns deles discutem o orçamento futuro sem discutir a situação de bloqueio que nós enfrentamos, de restrição orçamentária que tem comprometido o funcionamento regular de nossas universidades. Não deixaremos de discutir as propostas, mas faremos isso lembrando dos nossos princípios, quem somos e a importância de defender a autonomia e a natureza pública e inclusiva da universidade”.
O que é que a UFBA tem
Circularam pela praça membros da comunidade da UFBA e seus familiares, representantes de movimentos sociais e sindicatos, estudantes das Escolas públicos do entorno e passantes em geral, que puderam conhecer um pouco mais da instituição, entender sobre suas pesquisas, projetos de extensão e também sobre os cursos, além de usufruir de alguns serviços, como atendimento em saúde, aferição de pressão, práticas de yoga, meditação, oficinas, além de intervenções artísticas e culturais e uma programação especial voltada para o público infantil. Também, foi um dia para celebrar a existência da Universidade Pública e refletir sobre o seu papel social. “Estudei na UFBA de 1792 a 1977, naquela época era muito difícil o transporte, aulas em vários lugares diferentes, mas sou eternamente grata a esta Universidade. Meus três filhos também estudaram e se formaram na UFBA”, contou a pedagoga Miriam Lima, que levou seu diploma para o evento. “Estava passando e vi o movimento”, contou o autônomo Adriano Cunha. “Chegando ali já fiz o exame de sangue pra ver se tinha debates, medi a pressão também e tem algumas coisas aqui chamativas e interessantes que eu gostei muito. É muito bom para desenvolver a mente”.
A exposição estava dividida em dez tendas temáticas que receberam ainda nomes em homenagens a pessoas ligadas à UFBA que fizeram história na sociedade. São elas: Tenda Mestre King (Estudantes e UFBA), Tenda Elena Rodrigues (Artes e Linguagens na UFBA), Tenda Juliano Moreira (UFBA e Sociedade), Luiza Bairros (Humanidades na UFBA), Tenda Milton Santos (UFBA e Sustentabilidade), Tenda Nair da França e Araújo (Ciência e Tecnologia na UFBA), Tenda Mãe Stella de Oxóssi (UFBA e Inovação e Tecnologia Social), Tenda Marcus Vinicius Matraga (UFBA e Saúde), Tenda Edgar Santos (UFBA, Memória e Patrimônio) e Tenda Iracy Picanço (UFBA e as Infâncias).
Entre os experimentos e práticas apresentados estavam a produção de biofertilizante (adubo) a partir dos resíduos de alimentos do Restaurante Universitário, realizada pelo Grupo Compostagem Francisco, do Instituto de Química; exposição de esqueletos de animais empalhados da Escola de Veterinária; pesquisa sobre a memória do Teatro produzido durante a Ditadura Militar, realizada pelo Grupo de Pesquisa Studia Philologica, do Instituto de Letras; diversos projetos da Escola Politécnica como a “Onda Elétrica” e a “Liga de Robótica”, entre outros. Ainda, no Palco Paulo Freire, homenageando o patrono da educação brasileira, aconteceram durante todo o dia apresentações artísticas a exemplo da Filarmônica da Escola de Música, o espetáculo IMPROLAB, da Escola de Dança, a performance do Comitê Poético “Eu Luto”, da Faculdade de Educação, PRETato – Teatro Preto de Resistência, da Organização Dandara Gusmão, ligada à Escola Teatro, e também aulas públicas, como “O Direito à Saúde e SUS” e uma roda de conversa sobre o legado a atualidade do legado de Paulo Freire e outra sobre Trabalhadores/as e estudantes da UFBA.
Durante o evento, foram distribuídas camisetas da campanha A universidade pública muda vidas! Lute por ela!, que a Apub vem promovendo desde maio. “Esse é um dia histórico”, destacou a diretora Marta Lícia de Jesus, professora da Faculdade de Educação. “Estamos ocupando a praça com a nossa campanha e estamos dizendo para a sociedade baiana, o que a UFBA faz e a necessidade resistirmos. Precisamos construir e apoiar um projeto de Universidade Pública e gratuita. A UFBA é um patrimônio”.
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