Durante os trabalhos desta quinta-feira (20) da II Conferência Nacional de Educação (Conae 2014), dois colóquios debateram temas relacionados à formação e ao Ensino Superior. O evento, que reúne cerca de 4 mil pessoas, entre gestores, estudantes, professores, especialistas e movimentos sociais, vai até o próximo domingo (23).
O tema “Política nacional de formação: articulação entre Ministério da Educação, sistemas de ensino e instituições públicas de Educação Básica e Superior” foi ministrado pela diretora de Apoio à Gestão Educacional da Secretaria de Educação Básica, Yvelise Freitas de Souza Arco-Verde; pela ex-presidente e membro da Anfope (Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação), Helena Costa Lopes de Freitas; e pela presidente da Anpae (Associação Nacional de Política e Administração da Educação), Márcia Angela Aguiar.
Em linhas gerais, a discussão apontou a formação dos professores como foco do governo e, pensando nisso, pontuou os principais desafios para os próximos anos: formação como direito; atendimento às necessidades gerais e específicas; valorização do profissional da educação; articulação entre formação inicial e continuada; melhores condições de trabalho e de infraestrutura, entre outros.
As dirigentes também discutiram a meta 15 do PNE (Plano Nacional da Educação), que garante, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, política nacional de formação dos profissionais da educação em que “todos os professores e as professoras da educação básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam”.
Helena Freitas defendeu ainda a expansão nas universidades e dos institutos federais para a formação de todos os funcionários das escolas.
O segundo colóquio, intitulado “Educação Superior e sociedade: ensino, pesquisa e extensão”, teve como palestrante o presidente do Conselho Nacional da Educação, Gilberto Gonçalves Garcia.
Primeiro, o professor traçou um panorama das mudanças históricas que determinaram a atual conjuntura da educação, como – por exemplo – o surgimento das primeiras universidades no Brasil, a vazão do ensino privado devido à alta demanda a partir de 1970 e o efeito tardio do debate da educação como prioridade.
Gilberto Gonçalves Garcia também tratou do rápido aumento do número de vagas nas instituições públicas. “Esquizofrenia é achar que temos que expandir por expandir. Isso não vai mudar uma ação. Com o típico engessamento, temos pouco espaço para a inovação”, afirmou.
Além disso, o presidente frisou que hoje a maior parte das pesquisas se concentra no ensino público e que a iniciativa privada fica, na maioria das vezes, restrita ao cronograma de aula.
O membro do Conselho Deliberativo do Proifes, professor Lúcio Olímpio de Carvalho Vieira (ADUFRGS-Sindical) e a professora Nara Atz (ADUFRGS-Sindical) acompanharam a segunda palestra.
Por Proifes Federação