Integrado pela APUB, o Observatório do Conhecimento é uma rede formada por entidades que representam docentes de universidades de diferentes estados, articuladas em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade, e da liberdade acadêmica.
O Observatório é uma iniciativa suprapartidária e independente, que atua junto a políticos e parlamentares e dialoga diretamente com a sociedade, trabalhando contra os cortes no orçamento do ensino superior e da ciência, e também contra perseguições ideológicas a reitores, professores, estudantes e pesquisadores.
Em 2022, o coletivo atuou em diversas inciativas, como a análises sobre os cortes no orçamento do conhecimento, o fomento ao debate sobre mulheres na ciência, sobre liberdade acadêmica e sobre a Lei de Cotas, além de promover o Pacto pelo Conhecimento.
Os membros do Observatório estiveram presentes em Brasília-DF ao longo do ano, articulando com deputados e senadores ações para resistência ao desmonte das universidades públicas, com destaque para a atuação junto à Frente Parlamentar Mista da Educação (FPME), em defesa de políticas públicas defendidas pelo Observatório.
Balanço do Orçamento do Conhecimento
O ano de 2022 do Observatório do Conhecimento envolveu muito trabalho e produziu grande repercussão midiática e social das iniciativas e estudos realizados, demonstrando uma maior capilaridade das ações e do discurso da rede.
Com isso, outros setores da sociedade e veículos de imprensa tiveram elementos mais contundentes para cobrar do governo mudanças na política de investimento no ensino superior e na produção do conhecimento.
Uma das principais iniciativas do Observatório em 2022 foi o monitoramento do chamado Orçamento do Conhecimento, que reúne as verbas da educação superior e da ciência e tecnologia.
O balanço demonstrou que, nos últimos sete anos, houve perda de R$ 83,8 bilhões no orçamento federal da educação superior e da ciência, valor que chegaria a cerca de R$ 100 bilhões até o fim do ano.
Em novembro, foi lançado o balanço da PLOA 2023, explicitando que a proposta do governo Bolsonaro para o orçamento da ciência, tecnologia e educação superior para 2023 apresentava valores equivalentes ao orçamento de 15 anos atrás.
Mulheres na ciência e liberdade acadêmica
Em 2022, o Observatório também se engajou na discussão sobre o papel das mulheres na ciência, realizando debates em torno do documentário “Ciência: luta de mulher”, produzido especialmente pela rede e lançado em abril, em Brasília.
Na defesa da liberdade acadêmica, o Observatório do Conhecimento, o Centro de Análise da Liberdade e do Autoritarismo (LAUT) e o Observatório Pesquisa, Ciência e Liberdade da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) apresentaram, em julho, a primeira fase de resultados da pesquisa “A liberdade acadêmica está em risco no Brasil?”.
O estudo entrevistou 1.116 cientistas e revelou dados sobre limitações e interferências indevidas em pesquisas e aulas a partir de critérios políticos e ideológicos.
Pacto pelo Conhecimento e Lei de cotas
Outra importante realização foi o lançamento do Pacto pelo Conhecimento, uma carta compromisso apresentada a candidatos que defende a recomposição do orçamento do conhecimento, o reajuste dos valores das bolsas de pesquisas e uma política que garanta a autonomia das instituições de ensino.
Em relação à Lei de Cotas, que completou dez anos em 2022, o Observatório organizou, em parceria com a Perifa Connection e a Coalizão Negra por Direitos, a campanha “Um passo pra dentro e muitos pro mundo”, promovendo o debate sobre o tema em universidades e junto à comunidade acadêmica.
Fonte: APUB