Na tarde deste sábado (22), o curso “Geopolítica do Petróleo” focou na parte histórica dos usos do óleo, disputas internacionais e formação do preço dos barris. O professor José Sérgio Gabrielli partiu desde antes da I Guerra Mundial, quando a exploração de petróleo ainda era precarizada e predatória. Nessa época, havia produção especialmente na região da Pensilvânia, nos Estados Unidos, em Baku, no Mar Cáspio e na Pérsia. Os Estados Unidos eram o maior produtor mundial através da empresa Standard Oil que, posteriormente, foi forçada pela lei antitruste (Sherman Act, 1890) a se fragmentar em empresas diferentes para evitar o monopólio. Gabrielli destacou a forte interferência estatal na formação da indústria do petróleo no país.
Da primeira para a II Guerra Mundial, houve um aumento significativo no uso do petróleo para atividades bélicas, tanto no transporte de armamentos e pessoas, quanto nos ataques aéreos e no uso de veículos blindados. “Para se fazer guerra, era preciso garantir o acesso ao petróleo”, disse ele.
No pós-guerra, o Oriente Médio torna-se o maior fornecedor internacional devido ao baixo custo de extração, apenas 0,10 de dólar por barril. Assim, as empresas petrolíferas norte-americanas que atuavam em seu próprio país forneciam para o mercado interno, enquanto as que atuavam no Oriente Médio forneciam para a Europa. Antes da criação da OPEP (Organização dos países produtores de petróleo) o mercado era dominado pelas chamadas “7 irmãs” – Shell, Anglo-Persian Oil Company (hoje BP), Texaco, Gulf Oil, Esso, Socony e Socal – que ajustavam o preço dos barris com o objetivo de evitar ao máximo o pagamento de impostos. Apesar disso, entre 1946 e 1960 o preço mante-se em patamares estáveis, chegando até a cair, em termos reais, por conta da valorização do dólar.