Docentes federais debatem avaliação, resistência e avanços do movimento sindical

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Delegados e observadores do XV Encontro Nacional do PROIFES debateram na tarde deste sábado, 3, o papel do movimento sindical docente diante dos desafios do PROIFES-Federação para o próximo período.

As discussões da mesa Movimento Sindical: avaliar, resistir e avançar, coordenada pelos professores Nildo Ribeiro e Raquel Nery, ambos da APUB Sindicato, se basearam em doze textos de docentes de diferentes instituições federais.

Os textos de temas diversos como qualidade de vida do professor, comunicação, ampliação da Federação, o papel dos aposentados no movimento sindical e o do professor como classe trabalhadora propõem ações específicas ao PROIFES.

O diretor da ADUFRGS-Sindical, Jairo Bolter, refletiu sobre a renovação do movimento sindical docente. “Precisamos olhar com muito carinho ao novo sindicalismo. Ele é necessário e possível”, disse. Em seu texto, Jairo defendeu seis ações para serem realizadas pela Federação em parceria aos sindicatos federados: fortalecer os processos de renovação; criar núcleos sindicais de base; ampliar a organização dos professores para além do sindicato, como a criação de cooperativas de crédito; participar das ações que envolvem a Agência de Desenvolvimento Solidário; elaborar um amplo programa de formação política sindical e social e a criação de uma revista nacional para sistematizar o conteúdo sindical.

O presidente da ADUFG, Flávio Alves, apresentou o texto do professor da Universidade Federal de Goiás, Geci José da Silva, propondo ao PROIFES que defenda o Banco de Professor-Equivalente e o Quadro de Referência dos Servidores Técnico-Administrativos que segundo o texto, estão sendo inviabilizados pelo governo federal. Além disso, o professor pede a defesa da manutenção dos concursos públicos para professores e técnicos nas universidades e institutos federais.

A presidente da APUB, Raquel Nery, apresentou a tese da diretoria do sindicato. A APUB defendeu o fortalecimento e ampliação da federação propondo uma ampla estratégia de articulação com outros movimentos sociais para firmar uma clara oposição ao governo federal. Para isso, a APUB sugeriu o foco em quatro eixos estratégicos: Educação, Ciência e tecnologia, Direitos individuais e sociais e a Defesa da Constituição e da legalidade. “Estamos aqui para dizer que é necessário fazer uma articulação política com outros setores que por outras vias não convergiriam e perguntamos como operar as articulações que fazemos nas nossas bases a nível nacional?”, questionou Raquel.

O professor Luiz Roberto Padilla (ADUFRGS-Sindical) falou sobre o papel do movimento sindical na qualidade de vida dos docentes. Para o professor, o PROIFES deve difundir informações sobre qualidade de vida e alimentação nutricional.

Marta Lícia da APUB Sindicato apresentou o texto “A defesa da educação e o fortalecimento do movimento sindical?” Para a professora da UFBA, “o PROIFES precisa disputar permanentemente a pauta da defesa da educação, numa perspectiva de educação pública, gratuita, inclusiva e gratuita”. Marta propôs que o PROIFES faça em 2020 um evento nacional de grande envergadura como a Conape para fortalecer articulações com os movimentos progressistas e dispute narrativas.

Felipe Bonifácio (Sindiedutec-Sindicato) apresentou o texto “A desconstrução dos movimentos sindicais e a necessidade de novas estratégias” no qual reflete sobre a instantaneidade da comunicação e Fake News, e a desconstrução da legitimidade dos movimentos sociais pela mídia. Para Felipe, o movimento sindical precisa ter clareza “sobre a relação entre política e comunicação mais precisamente, o modo como a informação vai se direcionar ao público”.

A representatividade dos aposentados foi o mote do texto apresentado pelo professor Joviniano Neto (APUB). O professor acredita que a Federação tem como desafio uma comunicação direcionada aos aposentados para garantir o protagonismo e presença desses professores no movimento sindical. Em outro texto intitulado “Universidade e movimento docente”, Joviniano defendeu propostas de resistência para o PROIFES.

Os desafios da “comunicação sindical em tempos midiáticos foram tratados pela professora Rosana Maria Borges (ADUFG Sindicato), que fez uma série de sugestões para aperfeiçoar a comunicação da Federação com os associados dos sindicatos da base.

O professor Reinaldo Nishikawa (Sindiedutec) falou sobre a necessidade do professor se reconhecer como trabalhador.

O professor Oswaldo Negrão (ADURN-Sindicato), secretário-geral do PROIFES, falou sobre a participação da Federação no GT da Câmara dos Deputados, destinado a acompanhar e avaliar o sistema universitário brasileiro. Oswaldo propôs a elaboração de um documento contendo as propostas aprovadas no XV Encontro e referendadas pelo Conselho Deliberativo.

“O movimento sindical durante a ditadura militar de 1964” foi o texto apresentado pelo presidente do Sindiedutec, Otávio Sampaio. O professor fez um resgate histórico do período para propor ao movimento sindical docente “que compreenda os ataques decorrentes do regime militar e prepare a classe trabalhadores e a população para se contrapor aos ataques atuais”.

O XV Encontro Nacional segue até este domingo, 4 de agosto, em Belém.

Fonte: PROIFES-Federação