Governo quer fatiar institutos federais para nomear reitores interventores

Governo quer fatiar institutos federais para nomear reitores interventores
Governo quer fatiar institutos federais para nomear reitores interventores

Desde que assumiu o governo, o presidente Jair Bolsonaro tem inventado guerras ideológicas para manter sua base social sempre agitada e engajada. Ao mesmo tempo, tenta sufocar as vozes da comunidade acadêmica, incentivando ataques às instituições pública de ensino e aos membros das comunidades acadêmicas.

O Ministério da Educação (MEC) tem sido refém dessa política e está praticamente paralisado desde o começo. Foram 4 ministros Ricardo Vélez Rodríguez (o olavista), Abraham Weintraub (o pior da história), Carlos Alberto Decotelli (o breve) e o atual, Milton Ribeiro (quem?).

O Governo Federal propôs recentemente a divisão de alguns institutos federais para criar novas unidades, mas, vejam só, sem ampliar vagas, novos cursos ou construir novas estruturas.

Ou seja, o MEC quer “criar” 10 novos institutos federais, a partir da divisão dos que já existem.

Qual a jogada?

O governo Bolsonaro tenta fazer um lance duplo.

Para não chegar ao fim de seu mandato com a pecha de não ter ampliado a rede federal de ensino superior, eles inventam essas ‘novas’ instituições, sem construir uma sala de aula, laboratório ou biblioteca, ou sem ampliar o número de vagas.

Além disso, ele poderia impor interventores pró-tempore, até que fossem feitas as futuras eleições para escolha dos dirigentes. Com isso, ele teria gestões ‘terrivelmente’ alinhadas ao governo, que poderiam implementar projetos ou promover a perseguição a membros das comunidades que forem críticos ao presidente.

Bolsonaro foi derrotado na Justiça depois de tentar implementar interventores em diversos institutos federais, após serem derrotados nas urnas nas eleições internas.

Mais Custos

Além de ter ares eleitoreiros, por estar próximo ao período pré-eleitoral, ainda cria despesas burocráticas para a manutenção e custeio dos novos reitores e pró-reitores, aumentando os gastos no já escasso orçamento para educação.

Em uma reunião com reitores, o ministro afirmou que cada “novo” IF custaria pelo menos R$ 12 milhões a mais por ano.

O golpe não é mais com tanque na rua

Bolsonaro tentou dar um golpe na Democracia, mas foi derrotado nas ruas, na política e na Justiça. Só que ele não desiste.

Enquanto Bolsonaro for o presidente, estaremos vivendo sob risco de golpe de Estado permanente. Porém, ele acontece com a implosão das instituições e da democracia, de dentro pra fora, aos poucos.

A chegada de dez novos reitores ao Conselho Nacional das Instituições que compõem a Rede Federal (Conif) permitiria que o governo indicasse reitores subordinados à visão do próprio governo, alterando a relação de forças políticas. O Cavalo de Tróia, como tem sido chamada a proposta de uma falsa ampliação, abriria possibilidades para maior interferência de um governo que sempre colocou a educação como sua inimiga.

Interventores não devem ser aceitos

A autonomia universitária fez com que as universidades públicas se tornassem responsáveis por quase toda pesquisa realizada no Brasil. A comunidade universitária, portanto, deverá continuar sendo consultada diretamente sobre qual projeto acadêmico pedagógico e de gestão a universidade deve orientar seus destinos. As comunidades acadêmicas não podem perder esse horizonte.

Fonte: APUB

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