Professores, representantes sindicais, autoridades e especialistas brasileiros em educação do Brasil e da América Latina estiveram reunidos na noite desta terça-feira (07), em Brasília, para a abertura do VIII Encontro Nacional do PROIFES-Federação.
O presidente do PROIFES-Federação, Eduardo Rolim de Oliveira, destacou em sua fala de abertura que o evento também estaria marcado por uma grande tristeza, visto o falecimento do vice-presidente da entidade, o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Fernando Amorim. O VIII Encontro foi dedicado ao amigo, docente e sindicalista, tendo continuidade nas homenagens com apresentação do professor Remi Castioni que falou das conquistas profissionais de Amorim ao longo de 32 anos de docência, dos quais boa parte esteve a serviço do movimento sindical.
A importância da integração internacional para fortalecer a luta dos trabalhadores da educação foi ressaltada pelos representantes da Internacional de Educação da América Latina, Hugo Yasky, presidente, e Fátima da Silva, vice-presidente regional da organização. Fátima da Silva falou da relevância de ter o PROIFES como filiado e parceiro da IEAL no Brasil para a construção do movimento sindical da educação superior da América Latina.
Já o presidente Yasky, falou ser positiva a recente possibilidade de negociação com governos democráticos, mas lembrou de outras realidades onde a educação ainda é considerada como mercadoria a qual poucos podem adquirir, a exemplo da luta dos jovens chilenos por uma educação superior gratuita.
Hugo Yasky ressaltou ainda o grande desafio e o papel fundamental que universidades e professores devem de ter na construção e no caminho para a integração. “Isso não pode ser feito apenas por empresários, com fusão de empresas latinas ou multinacionais. Buscar a união dos países da América latina é uma das estratégias para fortalecer as classes trabalhadoras em nosso continente”, disse.
Da parte sindical, Roberto Leão, presidente do Conselho Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) disse que o PROIFES conduziu de maneira responsável a negociação com o governo como tem feito em todos os anos de sua existência. “O PROIFES é capaz de fazer esse debate e mostrar à sociedade e ao governo as mudanças no movimento sindical, seja com discussões, mobilização, negociação e greve, quando necessária”, ressaltou.
Para Vagner Gomes, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), as assembleias devem ser politizadas e as disputas politicamente, mas devem ser principalmente de ideias. “Não é o prazo de uma greve que determina a vitória de um movimento. A disputa deve estar pautada na formação de opinião para fortalecer as categorias, ainda mais quando se trata de professores universitários federais”.
Já a Vice-presidente mundial da Internacional de Educação, Jussara Vieira Dutra, acentuou a importância de no Brasil e na AméricaLatina tornar seus estados e nações em imensas esferas públicas, para que se tenha autonomia de dizer se as políticas estão atendendo as necessidades e caso contrário, norteá-las.
Em sua fala de encerramento, Eduardo Rolim ressaltou a importância da presença no evento das centrais sindicais porque entende que a luta dos trabalhadores do serviço público é uma luta conjunta, seja na questão previdenciária, do aumento do salário mínimo, na recuperação das perdas inflacionárias e na desconcentração de renda.
De acordo com Rolim, a entrada do PROIFES na Internacional da Educação foi sugerida pela direção como um dos fatores estratégicos, porque os debates com especialistas de outros países da América Latina possibilita compartilhar as experiências, os avanços e as competências para que o conhecimento adquirido possa ser utilizado em ações que melhore e valorize a área da educação.