Os integrantes do Grupo Tortura Nunca Mais da Bahia realizam no dia 1/4, a sexta edição da Marcha do Silêncio, com o tema: “1964: Ainda Estamos Aqui!”. Com saída às 17h20, da Praça da Piedade e caminhada através da Avenida Joana Angélica, até o Monumento aos Mortos e Desaparecidos Baianos, no Campo da Pólvora, reunirá parentes, amigos e ex-companheiros dos 32 desaparecidos baianos, durante a Ditadura Cívil Militar (1964 -1985). O cortejo será formado também por representantes de partidos, sindicatos e organizações que defendem os direitos humanos.
Este ano, o movimento vem fortalecido com os bons resultados do filme “Ainda estamos aqui”, que lembrou ao povo brasileiro e mostrou ao mundo, os horrores da ditadura no Brasil. Outros estados brasileiros organizam há muitos anos a Marcha do Silêncio, sempre no dia primeiro de abril para relembrar a data real do golpe militar de 1964 e as pessoas mortas e cujos corpos nunca foram encontrados. As manifestações são feitas por familiares destes ativistas brasileiros desaparecidos, após serem presos, torturados e mortos pelos agentes da repressão do governo militar, entre as décadas de 1960 e 1970.
Neste ano, a Marcha incorpora a pauta “Sem anistia: prisão para os golpistas!”, na defesa de que os responsáveis pela tentativa de golpe de 08/01/2022 sejam responsabilizados pelos seus atos, relacionando o passado com o “presente” para impedir que estes recebam o “perdão” concedido aos acusados dos crimes promovidos ao longo do golpe civil militar de 1964.
A programação das atividades em 2025 referente aos 61 anos do Golpe de 64 será realizada entre os dias 31 de março e dois de abril, numa promoção do GTNM e Associação Brasileira dos Anistiados Políticos do Sistema Petrobras e Demais Empresas Estatais (Abraspet), em parceria com a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos da Bahia (SJDH) e patrocínio da Bahiagás.
Programação
No dia 31/03, será realizada visita técnica ao Forte do Barbalho, com acolhimento das autoridades e convidados, às 8h30, com um café da manhã, no Barracão da Artes. Participam o secretário estadual de Direitos Humanos do Governo do Estado da Bahia, Felipe Freitas, Nilmário Miranda, ex-ministro dos direitos humanos e atual assessor de memória e verdade do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), a deputada Olívia Santana, os deputados Robinson Almeida, Marcelino Galo, Hilton Coelho, vereadoras Marta Rodrigues e Aladilce Souza, vereadores Silvio Humberto, Hamilton Assis e Hélio Ferreira e representantes
das SJDH, Secretaria de Cultura, Secretaria de Educação.
No dia 1/4, a concentração para a marcha acontece a partir de 14h30, na Praça da Piedade, no centro de Salvador, com saída do cortejo após manifestações dos representantes das entidades presentes. A caminhada é sempre feita sob os toques do surdo, que para quem não conhece é um grande tambor com som grave e profundo. É um cortejo fúnebre sem corpos, e que nunca terá fim enquanto os restos mortais dos ativistas mortos pela ditadura não forem localizados, identificados e enterrados.
Na chegada no Campo da Pólvora terá início o ato político-cultural, intercalando apresentações artísticas e intervenções.
Seminário
No dia seguinte, 02/04, acontece o Seminário Memória, Luta e Resistência: Por Direitos Humanos na Bahia, no auditório da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), na Praça da Sé, das 14h30 às 18 horas, reunindo 120 lideranças de defesas de Direitos Humanos.
A mesa de abertura começa às 14h45,
coordenada por Lucia Guedes, contando com Ernesto Marques, presidente da ABI, Felipe Freitas, titular da SJDH, representação da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), professor Joviniano Neto, Nilmário Miranda e deputado Robinson Almeidaj, Paulo Cesar Miguez de Oliveira, reitor da Ufba, Adriana Marmori, reitora da Uneb, Diva Santana, do GTNM, Raimundo Lopes, presidente da Abraspet, Luciana Dytz, presidente da Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos Federais (Anadef).
A segunda mesa será coordenada por Sirlene Assis, presidente do GTNM, com participação do secretário Felipe Freitas, Nilmário Miranda,
Emiliano José, ex-deputado, ex-preso político e escritor, e Eliana Rolemberg, ex-presa politica. Ao final será realizado debate.
