Vice-presidenta, Clarisse Paradis reforçou que a data é importante, mas as ações em defesa das mulheres devem ser realizadas de forma contínua
As mulheres filiadas à APUB e convidadas realizaram, na tarde da quarta-feira (08/02), a primeira reunião preparatória para as ações que serão desenvolvidas pela entidade para o mês de luta das mulheres.
Para além das atividades que serão realizadas no Dia Internacional de Luta das Mulheres, uma extensa agenda já está sendo planejada para acontecer durante todo o mês de março. “É a nossa primeira reunião e retomamos as pautas que dizem respeito às mulheres, que já estão sendo trabalhadas desde a gestão passada. No primeiro encontro, discutimos a nossa participação no dia 08 de março, que é um dia sempre de luta e que os movimentos de mulheres saem às ruas. Tradicionalmente, participamos das manifestações e caminhada junto com a CUT. Mas, este ano, a APUB cumprirá o papel de pensar de forma planejada e coletiva um conjunto de ações específicas da entidade em comemoração ao Dia Internacional de Luta das Mulheres”, explicou a vice-presidenta.
Clarisse destacou também as pautas prioritárias do encontro que dizem respeito a melhores condições de vida das mulheres, relações de trabalho das docentes, discussão sobre a carga horária maior do que a dos homens por conta do trabalho doméstico e cuidado com os filhos e, principalmente, o impacto disso na carreira docente, refletindo sobre a necessidade de uma proposta de legislação específica para equacionar tantas diferenças. Além disso, propostas de ampliação de políticas para as mulheres nas universidades federais no que diz respeito ao assédio e violência.
As diversas formas de tentativa de feminicídio ganharam destaque durante o encontro através da participação de Rosana Soares, docente da UFRB e mãe da designer Bruna Alexandra Colzani, agredida pelo namorado no início do mês de janeiro.
Rosana participou da reunião de forma online, aproveitou para agradecer o apoio das docentes desde o primeiro momento do ocorrido, trouxe atualizações sobre o caso e relatos impactantes. “Eu me apresentei na delegacia como uma mulher branca, professora de Universidade e fui tratada de uma maneira que nunca vou esquecer. Imagine as outras mulheres que não têm as mesmas condições que eu”, refletiu.
Rosana e Bruna deixaram a capital baiana após 10 anos morando na Bahia, retornaram ao estado de origem e seguem tentando se recuperar do trauma que ocasionou graves consequências emocionais e psicológicas para mãe e filha. A maior indignação da professora é o fato de que o Ministério Público ainda não aceitou a denúncia. “Hoje, sigo com medo e medida protetiva em outro estado. Mas o agressor segue livre e sem punição. Sou apenas mais um caso e está tudo armado, orquestrado para a mulher desistir”, desabafou.
Rosana recebeu o acolhimento das mulheres durante o encontro que se comprometeram a acompanhar o caso. Essas e outras pautas que envolvem mulheres serão debatidas pela nova gestão. “Esse é um passo importante que está sendo dado pela nossa gestão. A pauta das mulheres será prioridade durante todo o ano. A data é meramente um dia, mas as ações em defesa das mulheres devem ser realizadas de forma contínua”, finalizou Clarisse.
Os encaminhamentos serão divulgados na próxima reunião
Participaram do encontro :
Clarisse Paradis (Vice Presidente APUB)
Leopoldina Cachoeira (GT Gênero, Raça e Sexualidades da APUB)
Silvia Lúcia Ferreira (GT Gênero, Raça e Sexualidades da APUB)
Mirian Sumica (Diretora Campus Malês – UNILAB)
Brisa (Secretaria de Mulheres PT Bahia)
Fátima Freire (FEEBA)