Nas eleições, o futuro das mulheres está em jogo: posicionar-se é salvar vidas

Nos últimos quatro anos, o presidente Jair Bolsonaro (PL) cortou 90% da verba disponível para ações de enfrentamento à violência contra mulher, segundo levantamento da Folha de S. Paulo. Só em 2020, o Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos sofreu um corte de 70 milhões de reais. Neste ano, a pasta contou com apenas 9 milhões de reais.

Na prática, isso significa inviabilizar toda a rede de enfrentamento à violência contra a mulher, como a Casa da Mulher Brasileira, Centros de Atendimento às Mulheres e projetos que atendem vítimas de violência doméstica, bem como o financiamento de campanhas e projetos que visam combater esse tipo de crime. 

Essa é a ponta da materialização do comportamento misógino do atual presidente – que não esconde o preconceito contra as mulheres quando ataca jornalistas, chama a própria filha de “fraquejada”, deixa as mulheres expostas à violência, legitima atitudes machistas e arma a população.

De 2019 a março de 2022, mais de 400 mil novas armas de fogo foram registradas no país, segundo dados da Polícia Federal para o portal de transparência “Fiquem Sabendo”. Desse total, mais 96% estão em nome de homens e 4% em nome de mulheres.

No Brasil, 4 mulheres são vítimas de feminicídio por dia, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública – cerca de 30% dessas mortes são provocadas por arma de fogo. Mulheres que querem o fim do relacionamento, que não conseguem se divorciar, querem tirar seus filhos de uma situação de violência, simplesmente querem viver em paz, não conseguem porque podem morrer a qualquer momento.

A distribuição de armas praticamente sem controle (o próprio Exército afirmou que não sabe onde elas estão) e a misoginia do presidente funcionam como estímulo para a violência contra as mulheres. 

O futuro está nas mãos das brasileiras

Diante do risco de termos mais 4 anos de mandato de um presidente que humilha as mulheres, despreza a contribuição feminina para a sociedade, reduz quase a zero os investimentos em promoção de igualdade entre homens e mulheres, abandona as mulheres à própria sorte e retira todas as possibilidades de autonomia, é imprescindível que as mulheres se posicionem ainda mais firmemente para interromper esse ciclo de violência, ódio e barbárie que tomou conta do país.

A centralidade das políticas para as mulheres é o caminho para reerguer o país de maneira mais justa e igualitária para todas as pessoas.

São esses princípios de deveriam nortear todos aqueles acreditam na Democracia e na construção de um país mais seguro para as mulheres.

Fonte: APUB

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