Nota da Apub | Não pode chamar o presidente de genocida, tá ok?

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A Apub Sindicato expressa seu profundo repúdio à punição arbitrária sofrida pelos professores Eraldo Pinheiro e Pedro Hallal da Universidade Federal de Pelotas por falas críticas ao presidente Jair Bolsonaro. Os docentes assinaram termos de Ajustamento de Conduta (TAC), publicados no Diário Oficial de ontem (03) nos quais eram responsabilizados por “proferir manifestação desrespeitosa e de desapreço direcionada ao Presidente da República (…) durante transmissão ao vivo de Live nos canais oficiais do Youtube e Facebook da instituição no dia 07/01/2021”. Para a Controladoria-Geral da União (CGU), pelas falas terem sido feitas nos meios digitais oficiais da Universidade, poderiam ser consideradas como feitas “em local de trabalho”. O responsável pelo processo foi o deputado federal Bibo Nunes (PSL-RS). Os professores estão proibidos de repetir os atos por dois anos.

Nas falas em questão, os professores haviam se posicionado contra a nomeação da segunda mais votada para reitoria da Universidade e apontado as conhecidas associações do presidente a torturadores e milicianos, além da sua postura machista, racista, homofóbica e antivacina. Nada, além, portanto do reconhecimento da imagem pública cultivada pelo presidente e seus apoiadores. A busca por silenciar a crítica legítima e cercear a liberdade de expressão é a confirmação da adequação das palavras proferidas pelos docentes naquela ocasião. A Apub expressa total apoio os professores Eraldo Pinheiro e Pedro Hallal e reafirma sua disposição a continuar vocalizando as justas críticas ao projeto de morte que o governo Bolsonaro representa. Ainda, em caso de notificações semelhantes, alertamos aos docentes da nossa base que procurem imediatamente o sindicato para receber as orientações devidas.