A reafirmação do compromisso político em intensificar a luta em contraponto aos ataques à Educação pública e aos direitos e conquistas do povo emprestou o tom às falas de apresentação dos novos diretores empossados para o triênio 2018-2021 em cerimônia concorrida na noite desta quinta-feira, 21.
A solenidade, realizada no auditório do Centro de Educação da UFRN, reuniu representantes da comunidade acadêmica, gestores, políticos potiguares e a sociedade civil. Além de presidentes de partidos políticos e representantes de movimentos sindicais e sociais, estiveram presentes a senadora Fátima Bezerra, a deputada federal Zenaide Maia, a reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Ângela Paiva Cruz, e o presidente da Federação de Sindicatos dos Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (PROIFES-Federação), Nilton Brandão.
O presidente reeleito, professor Wellington Duarte, conduziu a assembleia ordinária que aprovou por unanimidade as contas da diretoria, referentes aos balanços financeiro e patrimonial do período de janeiro a dezembro de 2017.
À luz da conjuntura política e econômica do país, o presidente do PROIFES-Federação, Nilton Brandão, destacou o papel do ADURN-Sindicato em envolver a sociedade no debate da importância da pauta da Educação.
O professor chamou a atenção do papel e da responsabilidade dos professores das Universidades Federais com a sociedade, destacando o objetivo central do novo movimento docente em oferecer à categoria o papel protagonista que já teve no passado.
O dirigente ressaltou o aspecto da renovação de 60% da diretoria e da forte presença feminina na nova gestão, afirmando ainda não haver dúvidas de que “o ADURN-Sindicato se insere dentro de um papel muito importante da história do país, que é o da renovação do movimento sindical brasileiro”, ressaltando a “ação forte e decidia” da entidade nesse processo.
Brandão enfatizou o papel destacado do ADURN-Sindicato na construção, juntamente com diversas outras entidades representativas dos professores federais no país, de “uma nova experiência, uma nova forma de conduzir o movimento docente nacional”, que tem sido “capaz de mostrar que é possível sim uma renovação sindical, dentro de um espírito democrático, de representatividade dos anseios da categoria”, avaliou.
Presente à solenidade de posse, a reitora da UFRN, Ângela Paiva Cruz, parabenizou a comunidade acadêmica pela escolha da diretoria empossada por “representar a confiança na gestão mas também por ter o aspecto de renovação”.
A reitora defendeu o fortalecimento do movimento de resistência em defesa da Universidade Federal e das carreiras dos docentes e técnicos. “O maior patrimônio do país é de um povo civilizado, com educação”.
O público presente à cerimônia teve a oportunidade de assistir à apresentação do Grupo Vocal Acorde.
Perante um auditório lotado, o presidente reeleito, Wellington Duarte, reafirmou o “compromisso em defesa do ADURN-Sindicato como uma entidade forte, dinâmica e propositiva, com o desafio de ser a principal instância representativa dos professores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte na luta pelos direitos da categoria e pela Democracia no Brasil. É, nesses dias sombrios em que vivemos, um ato de resistência”.
Com a assertiva de que o momento de posse marca a inauguração de uma nova etapa na consolidação de um sindicato independente e soberano, Wellington lembrou os nomes dos colegas professores Kênia Maia, João Bosco e Angela Ferreira, que deram início a esse processo histórico.
O dirigente destacou alguns dos desafios enfrentados desde que assumiu a gestão anterior, quando a categoria teve a capacidade de luta e mobilização colocadas à prova. “Fizemos uma aposta em não abrir mão de lutar pela ordem democrática e nos posicionamos sobre importantes matérias sociais e políticas, como a farsa do processo que culminou com o impedimento, leia-se golpe, da presidenta Dilma Rousseff e à toda forma de autoritarismo e intolerância que se manifestaram nas agressões desmesuradas a diversas manifestações e na tentativa de desestruturar a legitimidade da atuação dos movimentos sindicais e sociais”, enfatizou.
As conquistas no campo jurídico, a atuação da comissão dos professores aposentados nesta área e a participação na Jornada de Lutas das centrais sindicais, movimentos sociais e entidades civis junto à Frente Brasil Popular também foram lembradas pelo professor.
Wellington ressaltou a promoção dos debates políticos junto à Comunidade Acadêmica em torno da discussão de caminhos para continuar a trilha da democracia, da tolerância, do respeito às diferenças, da convivência democrática e solidária, trazendo nomes como Paulo Henrique Amorim, Guilherme Estrella, Márcio Pochmann, Paulo Moreira Leite, Jessé de Souza, Emir Sader, Luís Nassif, Dilma Rousseff, Rodrigo Leão e Tânia Bacelar.
Após um breve balanço da gestão cessante, Wellinton disse ter compreendido o recado dos colegas professores ao reconduzir à gestão do Sindicato, com 94% dos votos válidos. “O recado que a categoria nos mandou não foi só de reconhecimento e de confiança, mas também de quem espera mais diante deste cenário de retrocessos. Não à toa uma das prioridades desta gestão junto ao PROIFES-Federação será a luta pela revogação da Emenda Constitucional 95”.
Para o dirigente, “a sobrevivência das universidades e institutos federais depende disso, pois essa medida inviabiliza qualquer tipo de política universitária de qualidade na medida em que congela o investimento em educação por 20 anos”.
Finalizou reafirmando ser “com muita disposição e vontade que assumimos a responsabilidade pela condução política e administrativa do Sindicato por mais três anos”, e reconhecendo que tem ainda muito a fazer para consolidar “uma forma de gestão em que a democracia é o eixo fundante”. Para Duarte, a nova gestão “dá mais um passo rumo ao revigoramento dos seus dirigentes, expresso na renovação da Diretoria e no aprofundamento da participação da mulher em nossas instâncias dirigentes, revelando nossa disposição em aplicar, na prática, a democratização da nossa entidade”.
Fonte: ADURN-Sindicato