Novos cortes nas universidades federais são “aperitivo” do que pode vir pela frente

O presidente da República, Jair Bolsonaro, determinou novo corte na educação. Com isso, R$ 2,4 bilhões serão retirados de todos os níveis educacionais, sendo que as universidades perderão R$ 328,5 milhões e a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, que inclui Cefets e institutos federais, perderá R$ 147 milhões.

As instituições, que já sofriam com dificuldades para manter o funcionamento, correm o risco de não conseguir pagar contas básicas e serviços terceirizados que são essenciais, como limpeza e segurança.

O anúncio de corte, realizado em um momento em que o presidente Jair Bolsonaro enfrenta sérias dificuldades para se reeleger, mostra que o governo está disposto a tudo para destruir a educação pública no país e, em especial, as universidades públicas, que são a principal fonte de produção de conhecimento, defesa da ciência e do combate às mentiras e ao negacionismo.

É um grave indício do que ocorrerá caso Bolsonaro seja reeleito. Se ele faz isso, durante o processo eleitoral, com um setor considerado fundamental para a sociedade, dá para imaginar o que fará com nossas instituições se for reconduzido ao cargo.

Ao mesmo tempo, Bolsonaro tenta agradar seus seguidores mais radicais, que foram inflamados com toneladas de mentiras que foram disseminadas, ao longo dos últimos anos, para enganar a população e interferir na percepção social quanto ao papel das universidades públicas e da ciência brasileira.

Se somar ao montante que já havia sido cortado ao longo de 2022, a tesoura resulta em um total de R$ 763 milhões retirados das universidades federais, do orçamento que havia sido aprovado para este ano. 

Enquanto os ataques contra a educação pública e o ensino superior escalam de intensidade, o governo Bolsonaro segue aumentando o caixa do Centrão, base de apoio parlamentar do presidente, por meio daquilo que ficou conhecido como “orçamento secreto”, que é o maior escândalo de corrupção da história do Brasil.

O MEC, que vem sofrendo com gestões incompetentes e com a corrupção, sofre também com o mais profundo descaso de um governo que tem como objetivo a destruição da educação pública em todos os níveis.

Se isso acontece agora, dá para imaginar o que será feito caso o atual projeto de poder seja mantido no Brasil.

Fonte: APUB

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