Plenária Popular Mundial da Educação enaltece legado de Paulo Freire para a Educação pública

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No aniversário de 101 anos do Patrono da Educação Brasileira, educadoras e educadores enalteceram seu legado na Plenária Popular Mundial de Educação. Realizada na manhã desta segunda-feira (19), na concha acústica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a atividade contou com a participação de representantes da África, Europa e América Latina. Presente em Recife/PE desde o último sábado (18), a delegação do PROIFES-Federação acompanhou o evento.

A Plenária Mundial teve início com apresentações culturais do Afoxé Oyá Alaxé, de Recife, e do músico potiguar Hilton Acioli. Após as falas de diversos representantes de entidades internacionais, a principal mesa do encontro teve como tema o legado de Paulo Freire para a Educação pública.

Sobre Freire, o professor e pesquisador Sérgio Haddad afirmou: “O seu pensamento nos orienta a pensar a nossa sociedade e a pensar valores que essa sociedade vem produzindo”. Haddad destacou que a obra do educador “é um antídoto ao racismo, à xenofobia, é um antídoto contra aqueles que atacam os direitos indígenas, contra a violência, contra o armamentismo, é um antídoto sobre todos aqueles que lutam para rebaixar a condição social de qualquer pessoa”.

Coordenadora da Cátedra Paulo Freire da UFPE, a professora Eliete Santiago citou afirmações freireanas que estimulam professores e professoras cotidianamente à reflexão e à prática: “a natureza da educação é política”, “a educação não transforma o mundo, a educação transforma pessoas e pessoas transformam o mundo”, leu a educadora.

“A teoria, epistemologia, pedagogia Freireana, de base popular, humanista e transformadora, vai ao encontro das esfarrapadas e esfarrapados, vai de ontem e de hoje desse nosso imenso Brasil, o que significa respeito, reconhecimento e preservação dos direitos dos pobres, indígenas, da população negra, cigana, quilombola, LGBTQIA+, desse nosso imenso e plural Brasil”, ressaltou a professora Eliete.

Ovacionada pelo público, a educadora Nita Freire, viúva de Paulo Freire, encerrou a plenária lembrando que Freire não pensava somente a educação, “Paulo pensou a existência e Paulo dizia: ‘como a gente pode ir ao âmago da questão, como a gente pode entender profundamente, nas suas raízes, os fatos, os eventos, os fenômenos, a vida?’, como? perguntando. Paulo foi o pedagogo da pergunta”, disse.

A programação da manhã foi encerrada com um ato na estátua de Paulo Freire, localizada dentro da UFPE. Na ocasião foi colocada uma nova placa em homenagem ao patrono da educação.

Fonte: PROIFES