Na Assembleia realizada ontem (08) no auditório do PAF III (Ondina/ UFBA), com grande participação, a categoria docente da UFBA (Salvador) aprovou por unanimidade adesão à paralisação nacional convocada pelas centrais sindicais para a sexta-feira, 10 de novembro. A plenária discutiu sobre o cenário de desmonte do Estado e esfacelamento dos direitos sociais, os ataques e tentativas de desqualificação dos/as servidores/as e do serviço público, ameaças à educação, ciência e tecnologia, além do crescimento do conservadorismo que tem buscado amordaçar as artes e a própria atividade docente, tanto na educação básica como na universidade. Foi consenso durante a Assembleia que o momento pede unidade entre as categorias, mobilização permanente e construção de projetos alternativos para o país. A plenária também encaminhou a continuidade atividades de mobilização como passagem em unidades, realização de aulas públicas, articulação com outras entidades e construção de campanhas midiáticas.
Informes
Após os informes da diretoria, apresentados pelo vice-presidente Ricardo Carvalho (que conduziu a mesa junto com a diretora acadêmica Raquel Nery) – leia aqui – foi aberto o momento de informes da plenária. A professora Celi Taffarel (Faced) falou sobre a sua participação como representante da Apub na Plenária Estadual da CUT-BA, ocorrida naquele mesmo dia, cuja pauta foi a preparação para o dia de mobilização, 10 de novembro. Foram articulados os pontos estratégicos onde cada categoria fará seus atos e recomendado que todas se concentrem no Campo Grande às 10h para caminhada até a Praça Municipal. Foi encaminhada também uma nova reunião do Fórum Estadual dos Servidores Públicos Federais, no dia 16/11, às 10h, na sede da Apub. (veja aqui o relato completo da professora). Outro informe foi dado pelo professor Joviniano Neto (Aposentado/FFCH) sobre a sua participação na Plenária Nacional do Serviço Público e das Estatais como representante do PROIFES-Federação. (veja aqui o relatório)
Apresentação da profª Graça Druck
A convite da diretoria da Apub, a professora Graça Druck (Aposentada/FFCH) apresentou dados sobre o desmonte do serviço público e cortes nos gastos sociais. Falou sobre como a narrativa do déficit não considera, por exemplo a renúncia fiscal que o governo promove com as desonerações para empresas privadas ou as renegociações de dívidas como o Refis. Fez a crítica à Medida Provisória 805 afirmando que ela significa, de fato, redução salarial uma vez que os/as docentes terão pesadas perdas, especialmente com o aumento da contribuição previdenciária. Outro dado trazido pela professora foi a situação do orçamento da UFBA, divulgada pela Apub a partir de informações do Pró-reitor Eduardo Mota. Ela chamou a atenção para a redução das verbas de custeio, que impactam diretamente no funcionamento da universidade e no pagamento dos/as trabalhadores/as terceirizados. Denunciou que o Brasil sofre um aprofundamento de medidas ultraliberais e que era necessário fazer a mobilização junto com a sociedade.
Debate
No debate, muitos/as docentes saudaram a boa participação da categoria na Assembleia e reafirmaram a importância de fortalecimento dessa instância e da presença nas ruas; por outro lado, a necessidade de se pensar também em formas alternativas de mobilização foi trazida à tona, assim como a aproximação com a sociedade. Nesse sentido, foram encaminhadas a realização de aulas públicas, cujo calendário seria organizado pela Comissão de Mobilização que já está ativa na Apub. A ascensão de um conservadorismo com traços fascistas foi outro ponto destacado no debate; as professoras Maíra Kubik (Neim) e Patrícia Valim (FFCH) compartilharam experiências preocupantes de intolerância. O professor Rodrigo Pereira (Faced) relatou o caso de um docente da UFOP, investigado por conta do seu grupo de pesquisa sobre o comunismo. Por fim, diversos docentes destacaram que era fundamental construir a unidade das categorias e das instâncias representativas.
Encaminhamentos
- Paralisação no dia 10 de novembro
- Passagem de carro de som e panfletagem nos dias 09 e 10 de novembro
- No dia 10, ato com café da manhã na Reitoria às 09h e caminhada no Campo Grande às 10h
- Realização de aulas públicas
- Convite às entidades de representação docente para a construção de um Fórum Estadual em defesa da universidade pública
- Campanha de mídia em defesa do serviço público
- Moção de repúdio à investigação do professor André Mayer (UFOP), que segue abaixo:
MOÇÃO DE REPÚDIO
Nós, professores da UFBA, reunidos em assembleia no dia 08 novembro de 2017, declaramos nossa perplexidade e repúdio à abertura de Inquérito Policial (IP 1514/2017-4 SR/PF/MG), contra o Professor André Mayer da Universidade Federal de Ouro Preto.
Trata-se de um processo que ataca frontalmente o artigo 207 da Constituição Federal quer versa sobre a autonomia universitária e, ao mesmo tempo, compromete a liberdade de pesquisa acadêmica e a construção do livre saber e pensar.
Declaramos também nosso apoio ao Professor André Mayer, coordenador da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Ouro Preto, docente que está sendo investigado pela PF.