Com uma delegação composta por trinta docentes, o PROIFES-Federação participou neste sábado (17) do primeiro dia do Encontro Regional da Rede de Trabalhadoras em Educação da América Latina. O evento é promovido pela Internacional da Educação da América Latina (IEAL) e integra a programação das celebrações ao Centenário de Paulo Freire, que acontecem de 17 a 21 de setembro, na cidade de Recife/PE.
Presente à mesa de abertura do encontro, a diretora de seguridade social do PROIFES-Federação, Raquel Nery (APUB), saudou os presentes e destacou o poder da palavra, principal instrumento de luta das e dos docentes. “De fato, a palavra é ferramenta muito poderosa e, ainda que eventualmente seja usada para violências, nós a usamos como instrumento que educa, como instrumento que institui a democracia. Com ela, nós contamos as nossas histórias, fazemos os nossos pactos e estabelecemos a igualdade”, disse a dirigente. Raquel ainda completou, “onde a palavra falha prevalece o assédio, prevalece a violência e se institui a guerra”.
Reunindo centenas de professoras e professores de países como Brasil, Argentina e Costa Rica, durante o dia de hoje o evento discutiu caminhos para o fim da violência contra mulheres no local de trabalho e a defesa da ratificação da Convenção 190 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Também foram debatidos processos de construção de Políticas de Igualdade nas organizações sindicais. Antes dos debates, foi reservado um momento para homenagear as pessoas que partiram em virtude da COVID-19.
“Hoje, o dia inteiro foi de debates específicos sobre a participação das mulheres nos diferentes países da América Latina, mostrando a dificuldade que ainda existe e que ainda há muita luta e muito desafio para garantir a nossa participação nos movimentos e sindicatos”, explicou a diretora de comunicação do PROIFES-Federação, Gilka Pimentel (ADURN-Sindicato).
A vice-presidenta da ADUFRGS-Sindical, Ana Boff de Godoy, lembrou que as mulheres não são a maioria dos docentes do ensino superior, pois enfrentam dificuldades para acessar mestrado, doutorado e pós-doutorado. “É preciso ter uma dedicação muito intensa e são poucas as mulheres que conseguem. Não por vontade, mas por condições”, ressaltou. A dirigente falou sobre a culpa que muitas mães, incluindo ela, carregam por deixar seus filhos em casa para buscar qualificação e destacou a importância da força de outras companheiras para que essa culpa possa ser enfrentada.
No período da tarde ainda foi apresentado o resultado de uma pesquisa realizada pelo Centro Feminista de Información e Acción da Costa Rica (CEFEMINA), sobre os efeitos da pandemia nas educadoras. A programação do dia foi encerrada com a apresentação da canção da Campanha da Convenção 190 da OIT feita pelo grupo da Costa Rica, Y Somos Todas. As atividades do segundo e último dia do Encontro Regional das Trabalhadoras em Educação da América Latina tem início amanhã (18), às 8h.