Uma roda promovida na manhã desta quarta, 14, pelo PROIFES, através dos seus sindicatos federados, ADURN-Sindicato, SINDIEDUTEC e ADUFSCar, foi o espaço de conversa sobre as formas de enfrentar a persistente realidade de desigualdades de gênero e de todas as formas de violência contra as mulheres. A atividade integra a programação do Fórum Social Mundial, em Salvador.
A partir da exibição de um vídeo produzido pelo ADURN-Sindicato com o relato de mulheres que venceram barreiras dentro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, as sociólogas Taís Madeira e Maria Inês (SINDIEDUTEC), a historiadora Leilane Assunção (ADURN-Sindicato), primeira mulher trans a assumir o cargo de professora em uma universidade pública do Brasil, e a professora de economia Matilde dos Santos conduziram o debate da temática sob a coordenação da professora Gilka Pimentel, diretora de Comunicação do PROIFES-Federação e vice-presidente do ADURN-Sindicato.
O abismo das diferenças de classe, gênero e raça na sociedade brasileira deu o tom à fala da historiadora Leilane Assunção, que ressaltou o lugar paradoxal que é a universidade. “Apesar de também ser o lugar da potência, da criatividade, das ideias libertárias, ela também é um lugar de reprodução de todos os preconceitos que circulam na sociedade”, afirmou Leilane.
Seu depoimento de desconstrução da docência que exclui a condição de gênero foi reforçado pela travesti Megg Rayanara Gomes de Oliveira, professora substituta da Universidade Federal do Paraná que afirma ter adotado o conceito Preta em contraposição ao movimento negro que não faz a inclusão dos LGBTTs.
Com o diagnóstico de que o poder é um domínio ocupado hegemonicamente ainda por homens, as várias vivências compartilhadas demonstram de forma clara que as decisões de políticas públicas do país são essencialmente masculinas, e nesse contexto, as decisões quanto às relações de gênero não contemplam as pautas das mulheres, da diversade de gênero e sexualidades.
Ao final do debate, o ADURN-Sindicato prestou uma homenagem à Leilane Assunção, com a entrega de um buquê de flores pela passagem de seu aniversário.
Fonte: ADURN-Sindicato