Os desafios da organização sidical e a expansão do PROIFES-Federação foram o tema do debate na manhã desta sexta-feira, 6, o último dia do XVI Encontro Nacional do PROIFES-Federação, iniciado na quarta-feira, 4. Com coordenação da mesa de Raquel Nery, presidenta do Apub Sindicato, o debate se iniciou com uma apresentação do texto de referência, feita pelo coordenador do texto do Eixo 4, Eduardo Rolim (ADUFRGS-Sindical).
O texto “procura fazer um resgate histórico, com propostas de ação política para o PROIFES e propostas mais efetivas sobre como deve se organizar o sindicato nos tempos modernos”, iniciou Rolim, lembrando que houve participação decisiva do movimento sindical nas grandes conquistas da democracia, na Constituição de 1988. Entretanto, a difícil década de 1990 para os docentes “culminou com a criaçaõ do PROIFES em 2004, quando professores decididarm criar um movimento plural, independente, e para fazer sindicalismo de uma nova forma”.
Um novo ciclo histórico começa em 2016 com a o golpe contra a presienta Dilma Rousseff, no qual a negociação salarial e outras lutas corporativas deixa de ser espaço possível de atuação política da Federação, que tem que discutir formas de se reinventar, afirma Rolim, destacando que no sindicalismo contemporâneo “o sindicato tem que pensar maior, discutindo a qualidade de vida e financeira dos professores e professoras. Um novo sindicato para um novo tempo, com tecnologias modernas de filiação, representação e eficiência, para que seja melhor em atender os interesses de seus sindicalizados”.
Wellington Duarte, presidente do ADURN-Sindicato, pontuou que o PROIFES “nasceu com proposta de democracia, como entidade de organização do movimento sindical horizontal; como proposta de oferecer aos professores não só a luta política, que é fundamental, mas também a proteção do indivíduo – um olhar para o indivíduo, não só para a categoria”.
Nesta linha, Lúcio Vieira, presidente da ADUFRGS-Sindical, destacou a importância dos Sindicatos discutirem a saúde do trabalhador, as condições de trabalho e da saúde mental; ter o sindicato também como um espaço de convivência, lazer e formação. “O sindicato que atende a base no aspecto do indivíduo como membro de uma categoria, olhando carreira, salário e também saúde, lazer e formação política, o sindicato que consegue atender o indivíduo sobre esses aspectos está muito bem representado”, disse Vieira.
No tema represenação, a delegada Gilka Pimentel (ADURN-Sindicato) lembrou que o PROIFES também representa os professore se professoras da educação básica, das escolas de aplicação e dos núcleos de educação infantil das universidades. “Tem professores que estão reforçando esse trabalho, participando dos sindicatos. Temos que pensar como o PROIFES pode se aproximar e estreitar suas bases com esse conjunto de segmentos que representam a carreira do EBTT [Ensino Básico, Técnico e Tecnológico]. Pensar a expansão, mas pensar tambem o fortalecimento dos sindicatos que já estão na Federação”, afirmou Gilka.
Nesta linha, o delegado do Sind-Proifes, Coracy Saboia ressaltou o papel do Sind-Proifes como uma espécie de incubadora de novos sindicatos nas universidades e institutos federais. “É importante que os colegas que não têm base sindical participem do Sind-Proifes, que junto com o PROIFES deve se esforçar como um todo para a criação de novos sindicatos, especialmente nestas regiões mais distantes, a Amazônia em particular”, frisou.
A professora Luciana Elias da ADUFG deu um depoimento sobre sua luta sindical como professora para garantir seus direitos. “Sou uma mulher negra que na nossa sociedade é a mais assassinada. Temos muito que entender como fazer luta sindical e luta política dentro da perspectiva do que nós somos. Acho muito importante estudarmos quem nós somos antropologicamente. Mesmo entendendo que o PROIFES seja vanguarda em seu modelo de luta, ainda temos muito que avançar. Precisamos ir além da hashtags”.
O presidente do PROIFES Nilton Brandão (SINDIEDUTEC-Sindicato) falou sobre o desafio da Federação em articular a base de sindicatos federados e de outras entidades e instituições que são parceiras para a pauta de lutas do PROIFES. ”A ação direta e participativa dos sindicatos parceiros é fundamental para sabermos como organizarmos para podermos crescer”.
Brandão destacou também o processo de comunicação em rede dos sindicatos federados, que trabalham juntos em coberturas e ações conjuntas da Federação e apontou que os debates do eixo 4 têm exatamente o propósito de definir os caminhos do movimento sindical para o próximo período. “Este debate é sobre como organizar a luta enquanto sindicatos federados de forma coletiva e participativa”.
As atividades do XVI Encontro Nacional do PROIFES-Federação se encerram na tarde desta sexta-feira, 6, com o debate do Eixo 5 – O futuro das políticas de direitos humanos no Brasil.
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