Última mesa do ciclo de debates sobre políticas de drogas discutiu proibicionismo, racismo e saúde

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No dia 08 de novembro, a Apub realizou a última mesa do ciclo de debates sobre política de drogas no Brasil, em parceria com a FACED/UFBA. Os três debates tiveram a participação de pesquisadoras/es, ativistas e profissionais de diversas áreas e atuação e estão disponíveis no canal da Apub no Youtube.

Com mediação do professor doutor Márcio André da UNILAB (campus Malês), o debate contou com a antropóloga e doutoranda Luana Malheiro da Rede Latino Americana e Caribenha de Pessoas que Usam Drogas (LANPUD), da Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas (RENFA) e da Secretaria Executiva da Plataforma Brasileira de Políticas Sobre Drogas (PBPD). Ela abordou as motivações políticas e econômicas dos projetos sobre uso e comercialização de drogas no Brasil, destacando o papel do imperialismo norte-americano e das ideais e grupos supremacistas brancos. Também analisou a política aplicada no contexto do atual governo.

Em seguida, Marcelo Teles, coordenador do Coletivo Resistência Preta-CRP e do Centro Cultural “Que Ladeira é Essa” falou sobre racismo estrutural e as heranças colonialistas para domínio e controle da população, trazendo dados e análises referentes à violência policial, encarceramento e a política de extermínio perpetrada nos territórios negros e periféricos, utilizando a justificativa de “guerra às drogas”, e outras violações do Estado brasileiro, como ao direito à cidade.

Por fim, foi a vez de Analice Sena, psicóloga do CAPS-AD (Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas) e Especialista em Teorias e Práticas Clínicas em Atenção Psicossocial a pessoas que fazem o uso de substâncias psicoativas através da Aliança de Redução de Danos Fátima Cavalcanti/ FAMEB/UFBA. Ela falou sobre saúde e cuidados voltados para usuárias e usuários de substâncias psicoativas, abordando o desmonte da Rede de Atenção Psicossocial, inclusive com sucateamento dos dispositivos e criminalização das estratégias para redução de danos e adoção de uma proposta voltada para a abstinência e internações compulsórias, como nas chamadas comunidades terapêuticas. Ela defendeu ainda o “aquilombamento” como estratégia de cuidado e saúde.

Acesse aqui para assistir o debate na íntegra.